UFMA publica livros sobre Maranhão contemporâneo

Lançamentos ocorrem nesta quinta-feira (17), às 18h30, palácio Cristo Rei.

SÃO LUÍS – Pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) fazem lançamento de três publicações nesta quinta-feira (17), às 18h30, palácio Cristo Rei. As obras discutem assuntos importantes com enfoque contemporâneo, como trabalho escravo, campesinato e reflexões conjunturais acerca do Maranhão.
A dissertação da jornalista e professora do Departamento de Comunicação Social, Flávia de Almeida Moura, intitulada "Escravos da Precisão", será lançada juntamente com duas coletâneas de professores do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, Maristela de Paula Andrade (quarto volume de uma série) e Marcelo Sampaio Carneiro, e do Departamento de História, professor Wagner Cabral da Costa.
O livro de Flávia Moura trata-se da situação de trabalho escravo contemporâneo e discute a economia familiar e estratégias de sobrevivência de trabalhadores rurais em Codó, local onde a professora realizou pesquisa de campo para a realização da dissertação, defendida no final de 2006. Os chamados "escravos da precisão" são os trabalhadores rurais que, tendo sido expulsos de suas terras, se submetem às condições precárias de trabalho, mas o fazem dentro de uma lógica e de uma estratégia de complementação de renda. Para auxiliar nesta discussão, a pesquisadora procura entender a articulação entre o calendário agrícola desses trabalhadores, bem como os períodos de saída para trabalharem nas fazendas de gado na região de Codó.
Já a obra organizada pelos professores Maristela de Paula Andrade e Murilo Santos, intitulado "Fronteiras", trata-se da expansão camponesa na Pré-Amazônia Maranhense e compõe o quarto volume da coleção organizada pelo Grupo de Estudos Rurais e Urbanos (Gerur). Os trabalhos tratam especificamente do processo de ocupação camponesa, em que a fronteira aparece como perspectiva de liberdade, como o expresso na profecia das bandeiras verdes. O cativeiro, que tem como referência primeira a escravidão, é associado a situações diversas de dependência e sujeição das quais os camponeses procuram escapar. Neste contexto, a existência de uma terra livre, abundante, aparentemente inesgotável, disponível para ser apropriada, torna a mobilidade espacial uma estratégia privilegiada para garantir ao mesmo tempo a sobrevivência e a liberdade.
A terceira obra trata-se de uma coletânea de artigos intitulada "A terceira margem do rio: ensaios sobre a realidade do Maranhão no novo milênio", organizada pelos professores Marcelo Sampaio Carneiro e Wagner Cabral da Costa. É composta de nove textos assinados por oito autores ligados a diferentes domínios do conhecimento (Antropologia, Filosofia, História, Sociologia e Teologia) que trazem reflexões conjunturais, análise de eventos e resultados de pesquisas de campo em forma de ensaios. As contribuições ora reunidas foram originalmente divulgadas em Boletins de Conjuntura da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em duas publicações eletrônicas (2008 e 2009).
Professor emérito
Na ocasião do lançamento dos livros, o professor Sergio Figueiredo Ferretti vai receber o título de professor emérito. Ele nasceu e realizou sua formação no Rio de Janeiro. Graduou-se em História e Museologia pela Faculdade Nacional de Filosofia. Em 1963 viajou ao Maranhão para trabalhar no Movimento de Educação de Base (MEB), permanecendo até março de 1964. Em 1970 retorna definitivamente para o Maranhão ingressando na UFMA e na Universidade Estadual do Maranhão (Uema). Torna-se um grande especialista em religiosidade popular com diversos livros e artigos publicados. A titulação é uma forma de reconhecimento da contribuição do pesquisador e professor durante 40 anos para o Maranhão.
(Portal Imirante)