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Presidente do México propõe reformas políticas

O presidente mexicano, Felipe Calderón, propôs um pacote de reformas eleitorais nesta terça-feira (15) que permitirá à maioria dos políticos concorrer a novos mandatos e institui o segundo turno nas eleições presidenciais.

Calderón argumentou que a proposta, que reverte a proibição de décadas à reeleição de políticos, deve 'combater o desapontamento' dos mexicanos com o sistema político do país. "Os cidadãos devem ser aqueles que premiam um bom desempenho e aqueles que punem o uso do poder irresponsável ou negligente. A ideia é dar mais poder aos cidadãos, melhorar sua capacidade de determinar o futuro da vida pública e, assim, fortalecer nossa democracia", disse.

Sob a reforma, deputados poderiam concorrer a até quatro mandatos de três anos, enquanto senadores poderiam se candidatar por um segundo mandato de seis anos. Calderón também deseja reduzir em 20% o número de assentos no Congresso, para 400 membros, e reduzir em um quarto o Senado, para 96 assentos.

Reações

Líderes empresariais manifestaram apoio ao projeto presidencial, destacando que a reeleição de deputados é um mecanismo que permite controle maior por parte dos votantes."Queremos menos deputados, que trabalhem mais e nos custem menos", disse à BBC Mundo Salomón Presburguer, presidente da Confederação de Câmaras Industriais.

Para Francisco Rojas, coordenador dos deputados do PRI (Partido Revolucionário Institucional), a proposta é tardia, insuficiente e vem antes de uma prioridade maior no México: a reforma política. "Há prioridades e prioridades", disse ao El Pais. “A reforma econômica é necessária, para que se recupere o ritmo de crescimento”.

O PRD (Partido da Revolução Democrática) criticou a proposta de Calderón. “Não se trata de uma reforma política e não traz nenhuma modificação séria ao regime atual; é muito limitada”, disse Alejandro Encinas, líder da bancada do partido.

A iniciativa também impõe um segundo turno para as eleições presidenciais se nenhum dos candidatos atingir maioria absoluta no primeiro turno de votação. Calderón foi eleito em 2006 por uma margem de 0,6%. Ele derrotou o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, do PRD e que na época contestou a vitória do adversário.

Fonte: Opera Mundi