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Aumento do rombo externo eleva pressão por  desnacionalização

O presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-RJ), Paulo Passarinho, rebateu o argumento dos que minimizam o crescente déficit em transações correntes do país, projetado pelo Banco Central (BC) em US$ 40 bilhões para este ano, o maior desde 1947, sob a alegação de que ele não é mais coberto com endividamento externo, mas com investimento estrangeiro no país.

"Tentaremos compensar a fragilidade das contas externas com mais desnacionalização da economia (venda de terras , fábricas etc.) ou novos investimentos externo direto (IEDs), cuja maior parte vem apenas para aquisição de ativos já existentes."
O outro caminho apontado pelo economista é o aproveitamento, pelos especuladores, do que chama de paraíso fiscal brasileiro.

"Tudo isso deve ser computado como passivo externo, mesmo não sendo endividamento", disse, classificando essa dependência como estrutural. "É um modelo que não comporta taxas de crescimento sustentado superiores a 5% porque causam déficit externo. Malan (Pedro, ministro da Fazenda de FH) defendia esse modelo, hoje abraçado pela maior parte da ‘esquerda’. A crise internacional abafou a grande discussão que se travava em 2007: como arrefecer o aquecimento da economia e conter a explosão do déficit em transações correntes", lembrou.

Para Passarinho, a diminuição do saldo comercial só vai agravar o problema. "Desde a abertura da economia, as importações crescem mais que as exportações. E não é verdade que a sangria diminui com a crise", disse, lembrando que, nas crises, as filiais de empresas estrangeiras costumam fazer remessas para ajudar suas matrizes.
"Automóveis e celulares são apenas montados aqui. Geram receita em dólar, mas não cobrem os custos de importação de toda a cadeia produtiva", finalizou.

A informação é do Monitor Mercantil