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Crise sem fim: Islândia fará referendo sobre falência de banco

Pressionado pela opinião pública, o presidente islandês Olafur Ragnar Grimsson decidiu submeter a referendo um acordo de reembolso de correntistas estrangeiros afetados pela falência do banco Icesave que foi votado pelo parlamento.

A lei Icesave é destinada a reembolsar cerca de 4 bilhões de euros (US$ 5,77 bilhões) adiantados pelo Reino Unido e Holanda para indenizar mais de 300 mil de seus cidadãos afetados pela falência do banco. "Decidi, baseando-me no artigo 26 da Constituição, submeter a nova lei à Nação", declarou o presidente islandês. Segundo ele, um "não" nessa consulta enterrará de vez a lei, votada no final de dezembro por uma pequena maioria.

A opinião pública é majoritariamente contrária à lei. O governo islandês, encabeçado pela primeira-ministra Johanna Sigurdardottir, manifestou de imediato sua decepção com a decisão do chefe de Estado, assinalando que a mesma poderá ter consequências importantes sobre um plano econômico do FMI.

O litígio por causa do Icesave é um obstáculo para a candidatura islandesa à União Europeia e suas relações com o FMI, que aprovou em meados de dezembro o pagamento de um terço de seu empréstimo de emergência de US$ 2,1 bilhão concedido em outubro de 2008.

A atitude do presidente foi mal recebida pelo Reino Unido e Holanda, que pediram nesta terça que a Islândia honre com seus compromissos. A Islândia, ilha com 320 mil habitantes, afundou em outubro de 2008 em uma grave crise econômica provocada pela falência de seus três principais bancos, atingidos pelas dificuldades dos mercados financeiros mundiais.

Com agências