Sem categoria

Em seu 6º Congresso, MPLA mostra vigor para transformar Angola

Depois de participar, no final de 2009, do 6º Congresso do Movimento Popular pela Libertação de Angola, o secretário de Relações Institucionais do PCdoB, Ronald Freitas, fez um balanço dirigido ao Comitê Central do partido em que procura colocar suas principais impressões sobre o evento, considerado “grandioso” pelo dirigente.

Congresso MPLA

Partido hegemônico na sociedade angolana, o “MPLA é uma força vigorosa que colhe hoje os frutos de sua intensa participação na vida e na luta do seu povo”, diz Freitas. Nas eleições legislativas de 2008, o partido obteve 80% dos votos, elegendo 191 deputados, o que lhe garantiu maioria folgada na Casa.

O resultado reflete a atuação da organização junto à sociedade. O MPLA “foi a principal força na luta contra o colonialismo português, defendeu a integridade territorial do país durante a longa guerra civil que se seguiu à independência” e “colocou a luta pela pacificação do país como centro de sua política nas últimas décadas”, lembrou Freitas.

Atualmente, o partido tem mais de 4,7 milhões de militantes numa população de 17 milhões de angolanos; metade dessa militância é formada por mulheres. A grande maioria de seus membros é de camponeses (64,10%) seguidos de operários (7,85%). “Além disso, é forte a presença de jovens. Os militantes com idade entre 18 e 30 anos correspondem a 30% dos efetivos, chegando a 54% quando a faixa é ampliada para até 40 anos”, enfatiza Freitas. Um dado que chama atenção é que 40% dos militantes são analfabetos e apenas 1% tem nível superior, reflexo das dificuldades que o país ainda enfrenta.

Aprofundar laços

Realizado entre 6 e 10 de dezembro no Centro de Convenções de Belas, em Luanda, o congresso reuniu mais de dois mil delegados, 31% mulheres, além de 21 delegações estrangeiras. Durante o evento, Ronald Freitas manteve conversações bilaterais com dirigentes do partido e contato com outras organizações presentes ao evento.

Uma das conclusões tiradas por ele dessa experiência é a de que apesar das boas e antigas relações mantidas entre PCdoB e MPLA e outras organizações políticas africanas, “é preciso aprofundar os laços a fim de conhecermos melhor a realidade do continente e de seus partidos progressistas, socialistas e comunistas e fortalecer a cooperação internacionalista”.

Essa constatação parte também da percepção de que o momento vivido por Angola, de busca por maior desenvolvimento e pela diminuição das desigualdades, exige de organizações e partidos amigos maior diálogo e apoio.

Eliminação progressiva da pobreza

Hoje, o grande desafio do MPLA é colocar a nação no rumo do progresso, enfrentando problemas que há séculos agridem o povo, como a miséria, a fome e o analfabetismo.

Em discurso proferido durante o congresso, o presidente de Angola e do Movimento Popular pela Libertação de Angola, José Eduardo dos Santos, disse que atualmente cerca de 60 em cada 100 angolanos “são muito pobres, não conseguem comer normalmente todos os dias, não sabem ler, nem escrever, não têm acesso fácil à água potável e aos cuidados primários de saúde nem a uma casa normal para se abrigar”.

Por isso, colocou que os esforços do partido e de toda a sociedade “devem ser canalizados para a eliminação progressiva da pobreza” e desses males que ainda dificultam a vida dos angolanos.

Neste sentido, afirmou que o objetivo central do partido nos próximos anos “é a construção de uma sociedade de bem-estar social, democrática e justa, dotada de um sistema de proteção e segurança social adequado, onde as classes e camadas cooperem na realização do desenvolvimento econômico e social da nação, ao mesmo tempo em que lutam pelos seus interesses específicos”.

Leia abaixo a íntegra do discurso do presidente José Eduardo dos Santos.

Da redação