Produção baiana ganha aporte de nove indústrias no 1º semestre

O primeiro semestre de 2010 é de grandes investimentos no setor industrial baiano. O estado ganha o aporte de nove indústrias. O destaque fica por conta da União Industrial Açucareira, que irá produzir álcool anidro, no município de Lajedão, na região do Extremo Sul, tornando o estado auto-suficiente na produção de etanol. A fábrica, segundo o diretor industrial, Jarbas Lima de Araújo Filho, entra em operação já no final de abril, com produção estimada em 85 milhões de litros/ano.

“É um importante investimento para a Bahia, de R$ 150 milhões e que vai proporcionar a geração de 2.000 empregos diretos”, afirmou Araújo Filho. Além da União Açucareira, o Governo da Bahia está empenhado em resolver o impasse da Ibiralcool, em Ibirapuã. “Cerca de 80% da usina está pronta, é um investimento de R$ 90 milhões que a gente tem que ajudar a botar para funcionar”, informou o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia.

Outra empresa do segmento de Biocombustíveis/Energia em fase de implantação no estado é a Termoverde Salvador, localizada na CIA/Aeroporto, dentro do Aterro Sanitário Metropolitano. A indústria será a primeira do Nordeste e a terceira do Brasil a utilizar o lixo como matriz energética. A perspectiva é de que entre em funcionamento também em abril, beneficiando 300 mil pessoas.

E abril é mesmo decisivo para o setor. Na esfera da Química/Petroquímica, a Linde Gases, com fábricas no sul/sudeste, entra em operação no mesmo mês, no Pólo Industrial de Camaçari. O volume de investimento previsto para o empreendimento, que irá produzir oxigênio e hidrogênio, é de R$ 81 milhões. “O nosso produto tem uma demanda crescente no Nordeste, com aplicação na siderurgia, petroquímica, indústria e hospitais”, pontuou o coordenador de projetos da empresa, Ricardo Gomes.

O segmento de alimentos e bebidas também ganha destaque, com previsão de implantação de quatro novas indústrias: a Coringa, que vai processar farinha de milho e derivados; a Chocolates Amma, na produção de bombons e chocolate; a Frigomendes; com fabricação de farinha de osso; e a Paramirim, produzindo óleo vegetal e ração animal. Juntas, as quatro empresas vão gerar cerca de 380 empregos e um investimento aproximado de R$ 40 milhões.

Qualificação da mão de obra

Os números refletem a política de geração de emprego e renda implantada na Bahia com o Governo Wagner (PT). Em três anos de gestão, o saldo de 170 mil novos postos formais de trabalho já supera os quatro anos do governo Paulo Souto (DEM). “E esses novos investimentos vão permitir exatamente que haja um fluxo de novos empregos no estado; porque as obras têm um prazo, ao final do qual a mão de obra tem que ser aproveitada, e é preciso ter em conta que são os investimentos privados que vão resultar em emprego permanente”, pontuou o secretário estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Nilton Vasconcelos.

O próximo passo, segundo Vasconcelos, é investir em capacitação e qualificação profissional. “É um ano que se prevê crescimento de 5 a 6% do PIB em relação a 2009. Significa, portanto, que a demanda por emprego deve aumentar e que vamos enfrentar crescente dificuldade na capacitação de mão de obra. Então, para não perder essas oportunidades, o próximo passo depois de garantir a atração de investimentos é investir na qualificação profissional”, afirmou, lembrando que, ano passado, mesmo diante de uma previsão de crescimento negativo do PIB, o estado gerou 71 mil novos empregos.

Da redação local, com informações da Agecom/Governo da Bahia