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Casamento homossexual: manifestação em Portugal defende referendo

Manifestação realizada neste sábado (20/2) em Lisboa, Portugal, reuniu milhares de pessoas em defesa de um referendo a respeito do diploma que consagra o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O tema permanece polêmico no país e é tema de debate no parlamento.

Isilda Pegado, da Plataforma Cidadania e Casamento, considerou neste sábado (20/2) que o número de pessoas que aderiram à manifestação a favor do referendo ao casamento homossexual é a prova “mais cabal de que o povo português quer ser ouvido”.

Em declarações à agência Lusa durante a manifestação que hoje juntou alguns milhares de pessoas na praça dos Restauradores, Isilda Pegado disse acreditar que ainda é possível referendar o diploma que consagra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

“O processo legislativo está em curso e temos todas as condições para levar em frente um referendo que nos possa dar oportunidade de expressar o modelo de sociedade que queremos”, defendeu.

A manifestação, que partiu do Marquês de Pombal e desceu a avenida da Liberdade, encheu metade da praça dos Restauradores, onde estava montado um palco.

A organização da iniciativa aponta para uma adesão superior a cinco mil pessoas, já os agentes da PSP no local recusaram apontar qualquer número.

Sobre o papel que o presidente da República deve ter na promulgação deste diploma, Pegado rejeitou fazer qualquer comentário e sublinhou que são o “Governo e a maioria socialista que têm o dever de ouvir o povo”.

Já o duque de Bragança, Dom Duarte Pio, disse ser contra a que se designe de casamento a união de duas pessoas do mesmo sexo.

“A minha opinião é que a união de duas pessoas ou mais que queiram viver juntos deveria ser protegida pela lei, ter um estatuto especial, podem ser dois irmãos que querem viver juntos ou duas amigas, agora chamar a este tipo de união casamento é que eu não concordo”, referiu.

O duque de Bragança considerou que “em verdadeira democracia” é preciso “dar exemplos de participação como cidadãos”.

“Não faz sentido não haver um referendo sobre um assunto que é tão importante e que divide tanto a sociedade portuguesa, eu acho que é o tipo de problema que não pode ser decidido só a nível partidário, o país inteiro tem de ser ouvido”, disse.

Já o arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles defendeu o referendo por considerar que incide sobre “uma questão que atinge o ser do país”.

“Acho que vivemos num país democrático e por isso estes problemas que atingem toda a nossa sociedade, principalmente no ser e não no ter, são fundamentais serem discutidos e referendados”, advogou.

O presidente do PNR, José Pinto Coelho, apontou o “lobby gay” como “um inimigo” que “tem uma agenda própria e está aliado à esquerda” e disse estar convencido de que “a imensa maioria do povo português” está contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

“O que faz parte da agenda deles [do lobby gay] é a promoção da homossexualidade e isso é algo antinatural e algo que mina a sociedade, o chamar-se casamento é indiferente (…) isto é uma minoria ativa, muito bem estruturada, profissional, o lóbi gay, que esta a levar a água ao seu moinho, mas o povo português não concorda com isto”, concluiu.

Da redação, com i informação