EUA tem planos de atrasar retirada das tropas do Iraque
O Pentágono preparou um plano de contingência para atrasar o retirada de todas as forças de combate do Iraque, usando como pretexto a instabilidade política e a crescente violência, diante das eleições nacionais iraquianas que se realizarão em março.
Publicado 25/02/2010 16:29
De acordo com o programa de retirada determinado pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, todas as forças ocupantes americanas deveriam deixar o Iraque no fim do mês de agosto, e ainda há uma forte pressão política em Washington e Bagdá a favor de cumprir o estupulado. Entretanto, o general do exército Ray Odierno, do alto comando no Iraque, disse na última segunda-feira (22) que advertiu na semana passada as autoridades de Washington sobre a mudança de planos.
Odierno recusou-se a descrever o plano de contingência em detalhes e disse que apostava que esse plano não seria utilizado. Mas disse também que estava preparado para mudar os planos de retirada caso "chegassemos a uma situação problemática" nos próximos meses.
O Iraque tem marcada uma eleição para o dia 7 de março, que deverá escolher representantes do parlamento. Os ocupantes afirmam que a eleição será uma "divisão das águas" na história do país.
Os planos de retirada das tropas de ocupação, divulgados no ano passado, preveem a permanência de 50 mil soldados, sob pretexto de dar treinamento aos iraquianos.
Os Estados Unidos chegaram a um consenso com os iraquianos para retiraram todos os soldados até o fim de 2011 e o general Odierno disse que não houve até o momento nenhuma conversa sobre uma renegociação dessa retirada.
Retirada sob condições
Ainda nesta semana, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, disse aos jornalistas que os EUA não pretendem atrasar a retirada, mas sob "certas condições" podem reconsiderar a decisão. "Antes de considerarmos algo assim teríamos que ver uma piora muito considerável na situação no Iraque, e não vamos ver, certamente não, a esta altura", alegou.
Gates aproveitou também para alfinetar seus aliados europeus, no que tange a gastos militares e reequipamento do Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan). O secretário de Defesa disse que a Otan está "em crise", já que "os europeus não têm investido o suficiente ao longo dos anos e tornaram-se adversos às forças armadas"
A alegada "escassez" de helicópteros e de aviões de carga no pacto militar ilustra o "déficit crônico" de gastos na defesa e, segundo Gates, afeta a ocupação do Afeganistão. "Atualmente, a Aliança enfrenta problemas sistémicos de longa data que são muito sérios", disse o secretário da Defesa estadunidense.
Da redação, com agências