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Denúncia que liga Chávez ao ETA é 'resto de passado colonial'

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, chamou de "restos de um passado colonial" e de "armação orquestrada" entre os Estados Unidos e o juiz espanhol Eloy Velasco as acusações de que seu governo teria ajudado numa associação entre a organização separatista basca ETA e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Ele afirmou que as acusações contra seu governo têm o objetivo de obstruir a intenção dos países da América Latina de criar um organismo regional sem a presença dos EUA e do Canadá.

"É como uma orquestra, fizeram um acerto. Isto não é coincidência, é orquestrado, e por trás de tudo está o império ianque. Mas não nos atinge o que o império faz contra nós", disse Chávez. Segundo ele, os Estados Unidos estão reagindo à integração regional, que exclui a nação imperialista.

"Eles não gostam disso, e gostam menos ainda que a próxima cúpula será em Caracas. Tentarão sabotar a criação desse novo corpo, assim como a reunião que se realizará na capital venezuelana", disse o mandatário.

Na semana passada, chefes de Estado e de Governo se encontraram no balneário mexicano de Cancún para participar da XXI Cúpula do Grupo do Rio e da II Cúpula da América Latina e do Caribe (Calc), que definiu a criação de um órgão regional que deverá se contrapor à Organização dos Estados Americanos. A nova Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos não terá a presença dos EUA e do canadá;

"A audiência da Espanha, o governo de Obama agredindo e, ao mesmo tempo, o giro da secretária de Estado (Hillary Clinton, pela América Latina) é uma ofensiva", observou Chávez, em um programa televisivo transmitido em cadeia nacional.

Na segunda-feira (01), um juiz da Audiência Nacional Espanhola — principal instância penal — afirmou ter provas de que Caracas teria ajudado as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o grupo separatista basco ETA em planos para assassinar autoridades colombianas, entre elas o presidente Álvaro Uribe.

O magistrado Eloy Velascos defende que as Farc pediram ajuda ao ETA para atacar os dirigentes. A Venezuela é citada no caso pelo fato de que um membro do grupo separatista, Arturo Cubillas Fontán, respectivamente, teria sido funcionário público na Venezuela.

Horas antes das declarações de Chávez, o governo venezuelano tinha divulgado um comunicado em que considerava as acusações "inaceitáveis, de natureza e motivação políticas".

Também nos últimos dias, um relatório anual produzido pelo governo dos Estados Unidos sobre drogas afirmou que Caracas não cooperaria na luta contra o narcotráfico. O fato coincide com uma série de viagem que a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, está realizando pela América Latina. "Estes ataques contra nós serão uma agressão permanente, sobretudo quando se dão conta de que o projeto revolucionário avança", destacou o chefe de Estado venezuelano.

Com agências