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Israel aumentará colônias ilegais e ataca mesquita sagrada

O presidente palestino, Mahmud Abbas, conversou nesta terça-feira com o presidente da Liga Árabe, Amr Moussa, para pedir medidas adequadas após o anúncio feito por Israel da construção de mais 1.600 casas em um assentamento ilegal em Jerusalém Oriental.

"Abbas conversou por telefone com o presidente da Liga Árabe Amr Moussa para pedir que sejam tomadas urgentemente iniciativas em relação às 1.600 casas que Israel decidiu construir em Al-Qadija (o nome de Jerusalém em árabe)".

"Esta decisão ocorre após o anúncio do início das obras de 112 casas na colônia de Beitar Illit", na Cisjordânia ocupada, lembrou o comunicado.

O ministério israelense do Interior aprovou nesta terça-feira a construção de 1.600 casas para judeus em Jerusalém Oriental.

O anúncio foi feito durante visita do vice-presidente dos Estados Unidos a Israel. Joe Biden criticou as construções, alegando que abalam a confiança necessária para o processo de paz.

Em declaração emitida em Jerusalém e distribuída pela Casa Branca, o vice-presidente americano afirmou que a iniciativa anunciada pelo Governo Benjamin Netanyahu vai contra as "conversas construtivas" já iniciadas.

"Devemos criar uma atmosfera que apoie as negociações, não que as complique", declarou Biden, que após a visita a Israel deve continuar viagem aos territórios palestinos e à Jordânia.

Policiais em al-Aqsa

Ao menos 10 palestinos ficaram feridos hoje quando policiais e militares israelenses entraram no complexo al-Aqsa para reprimir religiosos muçulmanos, aumentando a tensão nos territórios ocupados da Palestina. O clima já não era menos tenso, depois do governo dos ocupantes anunciar que construirá 1.600 moradias em Jerusalém Oriental.

O complexo de Al-Aqsa, que inclui a mesquita homônima, o Domo da Rocha e outros lugares venerados por muçulmanos, cristãos e judeus na Cidade Velha de Jerusalém Oriental, foi sitiado pelos israelenses uniformizados em mais uma ação de força contra os palestinos.

Cerca de três mil pessoas, entre palestinos e israelenses, marcharam no sábado pelas ruas de Sheikh Jarrah, na parte oriental de al-Qadija (nome árabe de Jerusalém), para repudiar o desalojamento de palestinos de suas casas em benefício de colonos judeus.

Com bandeiras vermelhas nas quais lia-se "Shalom" (paz em hebreu), os participantes de uma das concentrações mais numerosas das últimas décadas defenderam a convivência harmoniosa.

Enquanto entoavam em coro "Não à limpeza étnica" e "Não perdemos a esperança, estamos bloqueando o caminho ao assentamento", os assistentes caminharam pela área, apesar do deslocamento de efetivo policial israelense que tentou em vão proibir a marcha.

Sem Jerusalém não haverá Estado

Abbas denunciou a política de expansionismo territorial de Israel e esclareceu que "sem Jerusalém não haverá Estado independente", enquanto uma manifestação de protesto na cidade santa denunciou os abusos sionistas.

Ao falar em um ato em homenagem ao aniversário do profeta Maomé, o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) reiterou a vontade de conseguir a paz com Tel-Aviv, mas criticou sua postura intransigente e a ínfima pressão dos Estados Unidos sobre seu aliado.

Deplorou também as continuadas violações contra locais muçulmanos e cristãos nos territórios ocupados porque "constituem uma ameaça aos esforços palestinos, árabes e internacionais para conseguir uma paz justa e global no Oriente Médio".

"Não se pode estabelecer um Estado palestino sem Jerusalém, nem se pode atingir um acordo de paz sem Jerusalém como capital eterna da Palestina", enfatizou o presidente da ANP.

Da redação, com agências