Venezuela condena insinuações dos EUA sobre relação com ETA
O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, afirmou hoje que os Estados Unidos agem de forma "esquizofrênica" ao emitirem discursos contraditórios quanto a supostos vínculos entre Caracas, o grupo separatista basco ETA e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Publicado 12/03/2010 20:45
"O chefe do Comando Sul [das Forças Armadas dos EUA, general Douglas Fraser] reconhece que não há provas para vincular o governo venezuelano a grupos irregulares, mas a secretária de Estado [Hillary Clinton] todos os dias ataca a administração do presidente [Hugo Chávez,]", disse o ministro.
A polêmica sobre o suposto envolvimento da nação sul-americana com os rebeldes veio à tona no início do mês, quando o juiz espanhol Eloy Velasco abriu um processo contra membros das Farc e do ETA, que segundo ele teriam planejado o assassinato de autoridades colombianas, entre elas o presidente Álvaro Uribe.
No caso, a administração de Chávez é apontada por uma eventual articulação com os dois grupos armados. O governo venezuelano nega as acusações. No último sábado, Madri e Caracas emitiram um comunicado conjunto no qual ratificaram "sua mais enérgica condenação ao terrorismo".
Na quinta-feira, o chefe do Comando Sul dos Estados Unidos disse não ter evidências sobre a colaboração da Venezuela com as Farc ou com o grupo separatista basco ETA, depois de o subsecretário de Estado norte-americano para o Hemisfério Ocidental, Arturo Valenzuela, ter falado de "indícios" dessa relação.
Para Maduro, o governo dos Estados Unidos "todos os dias nos ataca com um objetivo: tentar destruir o processo revolucionário". Além disso, ele disse que Washington não tem o direito "imperial e colonialista do passado" de revisar a vida interna de outros países.
O chefe da diplomacia de Caracas também informou que uma operação realizada para interceptar a chegada de um suposto membro do ETA ao país na quinta-feira não resultou em nenhuma prisão.
Maduro disse que, após ser informado pela Embaixada da Espanha de que um suposto integrante do ETA estaria a bordo de um voo com destino ao país sul-americano, o governo venezuelano fez "uma checagem no avião e o resultado é que ninguém foi encontrado".
Fonte: ANSA