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Israel reprime duramente o "Dia da Fúria" palestino

A reabertura de uma sinagoga na Cidade Velha, em Jerusalém, foi a gota d'água do conjunto de ações dos ocupantes para os palestinos clamarem pelo seu "Dia da Fúria" contra a ocupação.

Manifestantes palestinos foram violentamente reprimidos na última terça-feira (16) pela polícia israelense em duas áreas de Jerusalém Oriental ocupada, quando se manifestavam contra a reabertura de uma sinagoga na Cidade Velha.

A polícia israelense disparou contra os manifestantes palestinos, que revidaram atirando pedras. Noventa pessoas ficaram feridas nos confrontos, sendo que 15 palestinos foram gravemente feridos por balas de borracha revestidas de aço, pela inalação de gás lacrimogêneo e pelas mãos da polícia israelense.

As forças de ocupação disseram que oito policiais ficaram levemente feridos. A repressão terminou com o saldo de 60 detenções.

Fim completo de ocupação

Cerca de 3.000 policiais foram mobilizados em Jerusalém Oriental e áreas próximas, depois que várias organizações da resistência palestina convocaram a ação de protesto, em resposta à reabertura da sinagoga Hurva.

A Hurva, considerada um dos locais mais sagrados do judaísmo, foi reaberta pela primeira vez em 62 anos, na segunda-feira, no bairro da Cidade Velha de Jerusalém.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, reiterou nesta quarta-feira a exigência do fim completo da ocupação israelense dos territórios palestinos antes de participar em negociações indiretas com Israel.

Khaled Meshaal, o chefe político do Hamas, que está exilado na Síria, também convocou os palestinos para o protesto, mas evitou chamar a ação de uma nova intifada.

Meshaal disse que os palestinos em Jerusalém deverão tomar "sérias medidas para proteger a mesquita de al-Aqsa da destruição e da 'judaização'".

Passo atrás

A paralisação da ocupação em assentamentos ilegais era uma condição dada pelos palestinos para a retomada das negociações. A Cidade Velha, em Jerusalém, foi anexada por Israel em seguida à Guerra dos Seis Dias, em 1967, e é vista pelos palestinos como uma parte importantíssima de qualquer forma de Estado palestino independente no futuro.

Em novembro, o governo israelense decretou o congelamento da expansão dos assentamentos, mas voltou atrás há uma semana, revelando que construirá 1.600 casas em Jerusalém Oriental, que faz parte do território ocupado por Israel na Guerra dos Seis Dias.

No mesmo decreto que revogou o congelamento, está a decisão de incluir dois lugares religiosos na Cisjordânia como Patrimônio Nacional de Israel, o que já serviu também para aumentar a tensão.

Da redação, com agências