É possível, haveremos de vencer!

Na semana em que se comemora os 88 anos do Partido Comunista do Brasil, o Partido Vivo divulga artigos de dirigentes sobre a importância do PCdoB na vida e na história de luta do povo e dos trabalhadores brasileiros.

* Por Canindé de França

Elogio do Partido

O indivíduo tem dois olhos
O Partido tem mil olhos
O Partido vê sete Estados
O indivíduo vê uma cidade
O indivíduo tem sua hora
Mas o Partido tem muitas horas.
O indivíduo pode ser liquidado
Mas o Partido não pode ser liquidado
Pois ele é a vanguarda das massas
E conduz a sua luta.
Com o método dos Clássicos, forjados a partir
Do conhecimento da realidade.

Bertold Brecht

PCdoB: Um jovem de 88 anos!

Em 25 de março de 1922, precisamente na Semana da Arte Moderna, nascia o Partido Comunista do Brasil, uma organização política de tipo novo, diferenciada pelos métodos e objetivos, orientado por uma teoria científica, o Marxismo-Leninismo, identificado com os anseios de mudanças, permanentemente buscando um caminho de transformação, tendo como protagonista os trabalhadores e sua luta histórica pela emancipação.

Na longa caminhada em defesa do Socialismo, da Democracia e da Liberdade, o Partido Comunista colocou-se a frente da promoção da Soberania do Brasil, identificado com um país próspero e uma nação desenvolvida, teve sua trajetória lastreada no curso do desenvolvimento e das contradições da sociedade brasileira.

O Partido e a Guerrilha

Como organização revolucionária e moderna, o Partido Comunista sempre foi alvo da persequição política, enfrentou no século XX todos os períodos autoritários em época republicana, resistiu como pode o momento político permitir, inclusive de armas na mão, enfrentando a ditadura militar e seu arbítrio. Foi no esteio da cabanagem que o Partido organizou e dirigiu a Guerrilha do Araguai, nos fins dos anos 60 e início dos anos 70 no Estado do Pará.

Na década de 60, mais precisamente em 18 de fevereiro de 1962, o Partido se reorganiza para manter princípios e identidade Comunista/Revolucionária, as resoluções advindas do 5º Congresso/1960 e as posteriores decisões da nova direção colocavam o Partido numa outra rota, diferente dos objetivos de sua criação em 1922. Em defesa do Partido houve forte reação a liquidação do Partido, chegando ao ponto de ser necessário reorganizá-lo, o que foi feito com muita convicção e, diga-se acerto político e ideológico, o que comprova-se na atual realidade, quase 50 anos depois de sua reestruturação.

O Partido e a redemocratização

Lutou tenazmente pela derrota da ditadura militar, fez da anistia uma bandeira que extrapolou as fronteiras nacionais, empenhou-se na luta das diretas já, apoiou Tancredo, o candidato das oposições vitorioso no colégio eleitoral que pôs fim ao longo período autoritário e de excessão, responsável pelo assassinto de inúmeras lideranças do Partido e do povo brasileiro.

No último quarto de século, o Partido armado de sua teoria revolucionária é protagonista de uma iniciativa de política de frente ampla que permitiu a unidade com outras forças do campo democrático, popular e de esquerda, enfrentando as elites sobreviventes da ditadura e responsáveis pela implantação da política neoliberal que privatizou e desnacionalizou o patrimônio do povo brasileiro. Causaram um enorme e irrecuperável prejuízo a nação braseileira.

O Partido e Lula

Com a Frente Brasil Popular disputamos as eleições presidenciais de 1989, a primeira após a ditadura, fomos derrotados por poucos milhares de votos, mas acumulamos experiências na adversidade, enfrentamos outras disputas, mas não desistimos, criamos as condições para vencer, o que veio a ocorrer somente nas eleições de 2002, quando outros atores se convenceram que não era possível ganhar sozinhos, vencemos com Luiz Inácio Lula da Silva, abrindo assim um novo capítulo na história da ocupação política do governo da república. Feito que se renovou em 2006, quando muitos ligados ao próprio Lula achava que ele deveria se curvar as chantagens da direita conservadora e reacinonária na euforia golpista de ataques ao presidente em 2005.

O Partido e o Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento

O 12º Congresso do Partido realizado em novembro de 2009, decidiu por uma política afirmativa em torno da necessidade da construção de um novo projeto nacional de desenvolvimento, comprometido com a soberania nacional, com a democracia, com geração de emprego e renda, ambientalmente sustentável, com amplas liberdades para o povo, identificado culturalmente com as nossas origens de povo mestiço: negros, índios e brancos.

Sabiamente o Partido desenvolve uma política de alinças capaz de aglutinar amplos setores, sem no entanto se diluir ou comprometer sua identidade de Partido de classe, propagador do Socialismo e construtor de um novo caminho para o Brasil.

O Partido em crescimento

O PCdoB que sobreviveu ao arbítrio e enfrentou a ditadura, soube na nova realidade da política brasileira se inserir de forma moderna e ousada, aplicar as suas idéias e desenvolver uma prática coerente e eficiente no exercício das ativdades públicas, seja no comando de administrações-Prefeituras, governos de Estado e no governo Federal, através da ação em ministérios, ou na atividade parlamentar. Prova disso foi a experiência exitosa de Aldo Rebelo como presidente da Câmara dos Deputados.

No movimento social o Partido a cada dia ocupa mais espaço, por ser uma força consequente e comprometida com os anseios dos trabalhadores passa a ter papel cada vez mais destacado na luta e nas organizações dos diversos segmentos da sociedade.

O conjunto destas ações permitem ao Partido um crescimento qualitativo e quantitavo bastante significativo, sendo referência e ponto de aglutinação das forças de esquerda e de natureza revolucionária.

O Partido vem se preparando para a disputa da sucessão presidencial que tem a Ministra Dilma Roussef como candidata do presidente Lula e das forças da mudança. Buscamos nesta fase a eleição de uma bancada de Senadores Comunistas, e a ampliação de nossa representação na Câmara dos Deputados e maior inserção nas Assembléias Legislativas. É possível, haveremos de vencer!

O Partido no Rio Grande do Norte

Por se tratar de um Partido nacional, o PCdoB em nosso Estado acumula força e experiência, desenvolve uma política em consonância com nossa realidade e ganha crescentemente a adesão de homens, mulheres e jovens que ao se filiarem ao Partido encontram ambiente político favorável ao desenvolvimento de suas idéias e projetos, constituindo-se num partido de unidade, legítimo e de oportunidades.

Dedico este artigo aos construtores do Partido de ontem e da atualidade, aos nossos valorosos camaradas presentes em todo território nacional e onde se encontrarem.

Viva o Partido Comunista do Brasil-PCdoB!

*Canindé de França é Advogado, Secretário Estadual de Assuntos Fundiários e Apoio à Reforma Agrária e Vice-Presidente Estadual do PCdoB/RN