O G7 ruiu em Brasília

O grupo dos sete partidos, PCdoB, PDT, PSB, PV, PPS, PMDB e PRB ruiu antes mesmo de começar a fazer diferença.

O grupo de sete partidos, formado pelo PCdoB, PDT, PSB, PV, PPS, PMDB e PRB, foi por terra. Era uma boa iniciativa. Seria uma alternativa política capaz de disputar, ganhar e governar o DF. Uma opção a tradicional e monótona polarização que galvanizou o DF nas últimas duas décadas.
 
Não fomos adiante. As questões menores se sobrepuseram às maiores e foi o fim. O grupo mal elaborou uma lista de oito pontos sobre o DF, e uma parte dele já queria marcar o mês de abril como prazo final para definir a chapa completa a disputar o GDF e as duas vagas ao Senado. O TSE definiu 30 de junho para fechar em definitivo as coligações e alianças, mas as lideranças desses partidos tinham uma pressa extremada. E aí, a criança que poderia nascer em junho deveria ser retirada  á fórceps em abril. Não sobreviveu.
 
No fundo, o que fez ruir essa iniciativa foi o foco em combater Roriz e ao mesmo tempo demarcar campo com PT. A primeira idéia é justa e correta, mas a segunda tinha o equívoco de querer transformar o grupo em um movimento contra o PT. O PT é aliado, peça importante de uma frente para mudar o DF. Com o PT, o movimento é controlar o exclusivismo ou hegemonismo que sempre o acomete. Mas tentar isolar o PT é errado.
 
A construção de um movimento político para superar esse difícil momento que Brasília passa precisa de maturidade, paciência e, sobretudo, de responsabilidade política. A saída para Brasília está na união de forças, na construção de um programa de governo de conteúdo humano. Se Brasília precisa de obras, precisa muito mais de humanidade, de cuidar de sua gente que precisa de saúde, educação, emprego, segurança, creche, transporte, lazer, cultura e muito mais.
 
 
É preciso união. Ninguém é forte sozinho e o mundo só muda se a gente mudar e passar a agir mais coletivamente e menos focado em seu grupo, segmento ou facção. Estes podem existir, mas não podem sobrepor-se aos interesses gerais da comunidade. É uma pena, mas o G7 ruiu em Brasília. O problema é se daremos contas de construir uma alternativa a Roriz e ao que restou do governo Arruda. Acho que somos capazes disso. Está lançado o desafio.
 
Apolinário Rebelo é jornalista, escritor e vice-presidente do PCdoB/DF