Feira da Cohab causa polêmica na Câmara Municipal de SL
Proposta da vereadora Rose Sales(PCdoB) gerou reação da bancada que apóia o prefeito João Castelo. Debate será retomada na sessão desta quarta, 7.
Publicado 06/04/2010 18:40 | Editado 04/03/2020 16:48
A problemática da Feira da Cohab foi motivo de uma discussão acalorada na sessão desta terça-feira, 06, na Câmara Municipal. Tudo foi motivado pelo requerimento nº 133 de autoria da vereadora Rose Sales (PCdoB) que solicitava ao prefeito João Castelo que suspendesse qualquer ação referente à mudança dos feirantes da Cohab para o prédio novo até que fossem feitos encaminhamentos resolutivos em conjunto com os feirantes no tocante à questão.
A mudança definitiva para a feira nova foi marcada para o dia 11 de abril. Os feirantes foram informados por meio de uma notificação assinada pelo secretário municipal de Agricultura Pesca e Abastecimento, Júlio França, datada de 1º de abril, comunicando que até as 14h do dia 11 de abril será procedida a mudança para o prédio novo. O documento reforça que caso o feirante não assuma seus boxes, os mesmos serão repassados para outros comerciantes que assim o queiram, e ainda que a partir do dia 11 não será permitida a permanência de boxes e bancas improvisadas no local, de acordo com o que determina a lei nº 1.790 de 11.05.1968, de uso e ocupação do solo.
A questão foi bastante discutida entre os vereadores e presenciada por dezenas de feirantes que estavam na galeria. Até que foi sugerida e acatada a idéia de convidar o secretário Júlio França para se fazer presente à Câmara para prestar os devidos esclarecimentos acerca da situação, o que foi acertado para amanhã, dia 07, às 11h30.
O debate acerca do requerimento da vereadora Rose Sales continuou com manifestações dos parlamentares. A sessão chegou a ser suspensa por 10 minutos. Quando foi retomada, o vereador Ivaldo Rodrigues (PDT), contrário à proposição, pediu vistas de 72h do documento, inviabilizando o encaminhamento do mesmo à Prefeitura.
A vereadora Rose Sales afirma, que assim como os feirantes, não é contra, o funcionamento do prédio novo, desde que atenda às reais necessidades dos trabalhadores e da população. “Os feirantes querem trabalhar em um local apropriado, é lógico, mas com condições de comercialização, com estrutura que possa atender à demanda que eles têm, serem ouvidos e respeitados como cidadãos e trabalhadores.”
Para a feirante Maria Cristina Pereira, essa atitude foi desfavorável à categoria. “Nós que estamos lá diariamente é que sabemos o que sofremos. O que está em questão é que foi nos dado um prazo para, ou irmos para a feira, ou sairmos de onde estamos. Não houve diálogo com a gente. Se o secretário vier com o objetivo de suspender a mudança para que a gente possa resolver a situação em conjunto, que ele seja bem vindo, afirma a feirante que trabalha há 25 anos na feira. “Eu tenho um Box de 42m2 e eles querem me dar dois de 9,60m2. Como é que eu vou botar minha mercadoria?”, indaga a feirante.