Borges confirmou falta de identidade com nosso campo, diz Almeida
Contrariando as últimas expectativas que já davam, por certa, uma aliança entre o PR e o PT nas eleições estaduais da Bahia, o senador César Borges (PR) definiu apoio a Geddel Vieira Lima (PMDB) em comunicado oficial à imprensa no domingo (11/3). O diferencial, que terminou por definir a parceria com o PMDB, teria sido a coligação na chapa proporcional para deputados estaduais e federais.
Publicado 12/04/2010 23:22 | Editado 04/03/2020 16:20

A afinidade de projetos entre Borges e os peemedebistas também pesou, segundo afirmou Wagner: “O PR se sentiu mais confortável com o PMDB e se identificou mais com os peemedebistas. Respeito a decisão do senador, que estava muito pressionado pelos seus deputados federais, mas vamos seguir em frente com nosso projeto”.
Em nota, a executiva estadual do Partido dos Trabalhadores endossou que uma das vagas do Senado será ocupada pela esquerda e que a ausência do PR não impedirá a vitória do partido nas urnas. “A intenção era integrar o PR à coalizão de forças para o fortalecimento dos palanques da ex-ministra Dilma Roussef (PT) e do governador Jaques Wagner. Por razões próprias, o PR desistiu do apoio à candidatura de Wagner, porque se sentiu mais próximo dos métodos, das forma e dos trejeitos do PMDB baiano de fazer política”, afirma o documento assinado pelo presidente do PT na Bahia, Jonas Paulo.
Para o presidente estadual do PCdoB, Daniel Almeida, a não-coligação com o PR afeta o processo político e as alianças que estão em curso, mas não provoca desequilíbrio. “Era o que se previa até bem pouco tempo, que o natural era que César Borges não estivesse com
Wagner. Então, no final, confirmou-se que a identidade dele não é com esse campo político”, pontuou. Sobre a vaga aberta para o Senado, Almeida defende que seja definida o quanto antes, assim como as coligações proporcionais: “Wagner continua sendo a candidatura mais forte e mantém-se a base original de esquerda e os setores de centro em torno da sua candidatura à reeleição. Nosso campo agora tem que articular o lançamento da chapa majoritária e proporcional, ou seja, agilizar as articulações para apresentar o projeto completo, reforçando eleitoralmente a chapa do Senado que estará na campanha de Wagner”, endossou.
O PCdoB é um dos cinco, ao lado do PSB, PP, PDT e PHS, que apoiam a releeição do governador. A coligação, inclusive, garante o maior tempo de propaganda eleitoral gratuita na TV e no rádio: 9 minutos e 20 segundos. O ex-governador Paulo Souto (DEM) tem o segundo maior tempo – 7minutos e 58 segundos -, graças à união do PSDB, DEM e PPS. Já Geddel Vieira Lima ganhou mais de 2 minutos com a adesão do PR que, somados aos tempos do PMDB, PR, PSC e PTB, fica em 7m37s.
De Salvador,
Camila Jasmin