Álvaro Gomes será o presidente da CPI do Metrô de Salvador

O deputado estadual Álvaro Gomes (PCdoB) foi escolhido na manhã desta quarta-feira (14/4) para presidir a Comissão Parlamentar de Inquérito que vai investigar as irregularidades envolvendo a construção do metrô de Salvador. O relator será Paulo Câmara (PTB). A CPI foi instalada na semana passada na Assembléia Legislativa da Bahia com o objetivo de apurar o que aconteceu durante todo o período de obras do metrô, incluindo a licitação inicial, de 1999, até o presente momento.

Na primeira reunião da Comissão foram aprovados requerimentos convidando para depor o procurador federal Wladimir Aras, que conduziu o inquérito sobre o Metrô, além da solicitação de cópias dos processos que tramitam na Justiça Federal, no Ministério Público Federal, no Tribunal de Contas da União e na Polícia Federal. O presidente do Consórcio Camargo Correa e Andrade Gutierrez, responsável pelas obras do Metrô de Salvador, também será convidado a depor na CPI na Assembleia Legislativa.

Para o deputado Álvaro Gomes, presidir a CPI do Metrô de Salvador é uma grande responsabilidade. “São muitos os desafios, mas vou fazer todos os esforços para desempenhar a função da melhor forma possível. Vou buscar o entendimento com todos os membros da Comissão para que os interesses particulares não entrem em choque com os interesses da população. Faremos todo o possível para atingir os dois principais objetivos da Comissão: apurar as supostas irregularidades e contribuir para agilizar a conclusão do metrô de Salvador, pois o povo não agüenta mais tanta enrolação”, afirmou.

Denúncias

Iniciada no ano 2000, a construção do metrô de Salvador já dura dez anos. Durante este tempo, as obras já consumiram cerca de R$ 525 milhões, sendo paralisadas diversas vezes por denúncias de irregularidades. Na última ação, paralisada por força de uma liminar, o Ministério Público Federal (MPF) investiga fraudes na licitação, formação de um consórcio oculto feito entre a Camargo Corrêa, Andrade Guttierrez, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão e Constran, entre outros crimes. O MPF também acusa o consórcio Metrosal (Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Siemens) de ter pago para assumir a licitação vencida pelo consórcio Transbahia (Impregillo e Soares da Costa). A CPI deverá tomar como base esses processos.

A bancada de oposição da Câmara de Vereadores também já tentou criar uma comissão para apurar as denúncias de irregularidades no metrô, cuja construção do primeiro trecho de 12 km, ligando a estação Pirajá e a Lapa, iniciada em 2000, com previsão de entrega em 2003, sofreu sucessivos atrasos. Hoje, 10 anos depois, ainda não há previsão do início da operação de metade da obra: os 6km que ligam a Rótula do Abacaxi à estação da Lapa.

Para discutir o assunto com a população, a Comissão de Meio Ambiente e Planejamento Urbano está convocando uma audiência publica para o próximo dia 20 de abril, às 9h, no auditório do edifício Bahia Center, no Centro. O objetivo é mobilizar a população para cobrar da Prefeitura a conclusão das obras do metrô, que já virou piada nacional.

De Salvador,
Eliane Costa