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Cúpula Europa-América Latina defende mundo multipolar

A 6.ª Cúpula da União Europeia – América Latina e Caribe (UE-ALC) foi encerrada nesta terça-feira (18) em Madri, capital espanhola, com uma conclamação unânime dos latino-americanos para que a decantada "governança mundial" se sustente no multilateralismo.

Enquanto o fóro euro-latinoamericano foi iniciado com uma exortação de seu anfitrião, o chefe de governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, à "abertura econômica", no encerramento do evento a presidente argentina. Cristina Fernández, defendeu um mundo multipolar.

"O multilateralismo representa o método mais adequado para abordar os problemas não só econômicos, mas também de ordem política, sublinhou Cristina, ao considerar essa questão como a conclusão mais imporante do encontro de Madri.

A necessidade de que a Europa se relacione de outro modo com as nações da América Latina e o Caribe foi uma demanda defendida pelo chanceler cubano, Bruno Rodríguez, que chefiou a delegação de seu país.

Rodríguez exortou o bloco comunitário a deixar de ver os latino-americanos como suas antigas colônias, ao mesmo tempo que mencionou a urgência de estabelecer uma nova ordem política antes de tomar decisões econômicas

Os ministros de Relações Externas do fóro birregional aprovaram na segunda-feira (17) grande parte das emendas que foram submetidas nesta terça ao encerramento da conferência.

De acordo com a Agência Prensa Latina, esses documentos foram resultado de negociações complexas e contraditórias, que na prática desmentem a afirmação de que existe e se desenvolve uma chamada "associação estratégica" entre as duas áreas geográficas.

Fontes próximas à organização do evento revelaram que muitos representantes latino-americanos e caribenhos ficaram surpresos com as fortes reticências demonstradas pela União Europeia à inclusão de um parágrafo na declaração conjunta sobre os princípios do Direito Internacional.

Da mesma forma, chamou a atenção o repúdio mostrado pelo bloco europeu à incorporação de uma menção sobre as medidas de caráter unilateral, com efeito extraterritorial, tais como a lei Helms-Burton, que os Estados Unidos aplicam contra Cuba.

Até mesmo no final das negociações, os 27 membros do bloco resistiram à inclusão de tais formulações, apesar de que elas já formavam parte dos documentos das duas edições prévias à da capital espanhola, celebradas em Viena (2006) e em Lima (2008).

No entanto, o encontro reafirmou seu compromisso com a luta contra a impunidade e a eliminação da discriminação da mulher. A 7.ª edição da cúpula multilateral será celebrada no Chile dentro de dois anos.

Da redação, com informações da Prensa Latina