PCdoB-PE potencia a orientação nacional do partido

O Encontro Estadual de Organização em Pernambuco foi muito significativo. As maiores cidades do Estado enviaram dirigentes, e grande foi a presença de Recife e Olinda, Jaboatão e Camaragibe da região metropolitana. Reencontrei então secretários colegas de trabalho do Cabo, Ipojuca, Abreu e Lima, Paulista, Igarassu, Caruaru, Bezerros e outros municípios.

Por Walter Sorrentino*, em seu blog

Walter Sorrentino em Pernambuco - Inamara Melo

Pernambuco tem um PCdoB maduro. Essa a característica mais marcante. Com grande sagacidade política, o partido se pôs como parceiro na última década das conquistas mais estratégicas do povo do Estado, particularmente agora com o governo Lula. Por isso, houve profundo debate sobre os rumos político-eleitorais no nível atual.

O Encontro foi para debater as singularidades da construção partidária neste momento. Ponderam-se aí o fato de um momento excepcional vivido pelo Brasil sob este governo, e especialmente seu impacto em Pernambuco, talvez, isoladamente, o Estado que mais e beneficiou do avanço do desenvolvimento. Além disso, concretamente, a construção partidária se dá em meio ao desafio eleitoral, sendo ele próprio e os resultados que alcançarmos, fator decisivo da construção.

A ideia de forjar um projeto coeso, unificar todo o partido em torno dele, estar capacitado a liderar o debate na sociedade em torno da importância de uma terceira vitória do povo em outubro, com programa de avanço nas mudanças pelo caminho aberto por Lula, foi bem compreendida por todos. Ao lado disso, instituiu-se a ideia de que este ano, a par da extensão partidária, é preciso garantir que os comitês partidários dirijam efetivamente a campanha em sua jurisdição e que as bases tenham intensa ação política autônoma na campanha.

Há uma grande preocupação com o caráter do PCdoB e sua organização, no sentido de não se perder na participação institucional desligada da representação de base social e do próprio movimento social. Nesse sentido, falas importantes ressaltaram a necessidade de “cultivar as bases, pô-las em movimento”, elevar a formação, “abrir o coração” para assumir um discurso mais enfático dos dirigentes no sentido de alimentar o trabalho de base.

Minha intervenção foi baseada na resolução da Comissão Política Nacional. Fundamentalmente, ressaltando a importância de não truncar o esforço de construção este ano, ao contrário, aproveitar o momento de eleição que politiza o povo para ampliar e organizar as fileiras na luta. Isso e mais a efetivação dos Departamentos de Quadros para implantar a política aprovada no 12º Congresso. Por último, avançar o discurso e a prática em torno da necessidade de conferir maior dinamismo à vida militante na base, às custas de um coletivo muito extenso de quadros intermediários de apoio à base.

Um destaque foi feito quanto à importância do desenvolvimento do pólo de Suape, que trará gandes transformações logísticas no Estado e forme um novo proletariado no Estado. Bertotti, secretário estadual de organização, indicou uma visão prospectiva para o trabalho de organização, percebendo as participações institucionais como instrumentos irrecusáveis para chegar à grande massa da população. E insistiu na necessidade de manter o partido estruturado e no papel dirigente da campanha, reunindo regularmente os comitês e bases para tirar o máximo possível de conseqüências para o acúmulo de forças partidárias.

O marcante é o clima de amplas perspectivas políticas para o partido e também as forças de esquerda no Estado. PSB, PCdoB e PT lideram e esperam confirmar essa liderança em outubro. No caso dos comunistas, mais ainda que 2010 os momentos elevados serão 2012 e 2014, para o qual se preparam. E nisso, a estrutura organizativa e sua força é também parte da correlação de forças. Por isso, persistir na ideia de um partido militante, organizado, comprometido na base e nos comitês, segue sendo uma proposição indispensável. Nisso, há todo consenso no PCdoB, em Pernambuco e no Brasil.

*secretário nacional de Organização do PCdoB