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Venezuela: avanço socialista e desavenças da oposição

Com um comando de campanha e estratégias definidas, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) – legenda do presidente Hugo Chávez – avança fortalecido para as eleições parlamentares de setembro próximo, enquanto a oposição continua concentrada em resolver suas diferenças.

O PSUV começou a engrossar suas filas com novos membros, uma grande parte deles provenientes da organização Pátria Para Todos (PPT), que depois de anos de aliança com a organização governista, decidiram mudar para a legenda.

Ao integrarem-se ao partido vermelho, alguns membros do PPT manifestaram que  sentiam defraudados por sua antiga direção, à qual acusaram de trair os princípios fundadores do grupo ao se alinharem a setores golpistas e de costas para o povo.

Mas a incorporação desta terça-feira foi só o princípio de um processo que se estenderá a todo o país. O presidente Hugo Chávez anunciou que os maiores de 15 anos interessados em pertencer ao PSUV poderão ir a um dos 700 postos para realizar sua inscrição, que será feita em massa, a partir da quarta-feira.

Chávez explicou que os chamados pontos vermelhos serão colocados, preferivelmente, na praça Bolívar (central), em cada um dos 335 municípios venezuelanos. Enquanto isso, nas fileiras opositoras continuam os chamados à unidade, mas as diferenças por partilhas de candidaturas permanecem latentes.

O partido Copei, um dos tantos integrados à Mesa da Unidade, anunciou recentemente que anularia os resultados de suas eleições internas e realizaria uma segunda edição, diante de acusações entre facções de que foram cometidas irregularidades.

Dessas fileiras, o ex-governador Enrique Mendoza protagoniza uma disputa com a cúpula opositora desde que foi excluído das listas de aspirantes ao Parlamento. Mendoza apresenta o partido Um Novo Tempo como o principal obstáculo na sua candidatura por uma das circunscrições do estado Miranda.

A forma como a velha direção dessas organizações eliminou jovens com aspirações políticas, gerou também verdadeira rejeição nesse setor, utilizado em várias ocasiões como ponta de lança contra o governo.

Nas eleições do próximo dia 26 de setembro está em jogo o futuro do país, pois tanto os governistas como a oposição reconhecem que o triunfo de um ou de outros determinaria a continuidade do processo revolucionário, ou a revogação de leis de benefício social.

As últimas pesquisas dão como favorito os socialistas para levarem a maioria das cadeiras, mas a direção do partido chama a não confiar nas sondagens, sobretudo, porque precisam manter mais de dois terços do Parlamento para legislar sem obstáculos.

Fonte: Prensa Latina