Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias perde dirigente histórico
Faleceu na última quarta-feira (19/5), ao 86 anos, Joaquim Boeira de Lemos. Militante desde os anos de 1930, Lemos dedicou sua vida a luta pelos direitos dos trabalhadores. Participou de grandes manifestações e sempre esteve presente nas atividades sindicais.
Publicado 22/05/2010 16:26

Joaquim Boeira de Lemos, nasceu em 22 de agosto de 1923, no município de Bom Jesus. Chegou em Caxias do Sul na década de 1940, com 18 anos para servir o exército. Trabalhou na Industrial Madereira durante dois anos. Em seguida, entrou na empresa Eberle onde trabalhou por 35 anos, na função de “Lustrador Profissional” – lustrava estojos de madeira para talheres.
Em 1949 entrou para o sindicato, ajudando a construir a primeira sede. Entrou no sindicato como suplente de diretoria em 1955, na gestão de Bruno Segalla. Tinha orgulho de ter ajudado a organizar uma das maiores greves que Caxias já viu, a de 1963. Teve seus direitos sindicais cassados em 1964, junto com os demais integrantes da diretoria. Só conquistou o direito de voltar ao sindicato em 1979.
Trabalhador da Eberle, em 1965 foi denunciado e acusado pelos patrões de ser comunista, fato que resultou na sua prisão. Por cerca de um ano, a polícia do exército ia buscá-lo no trabalho para passar o dia no quartel. Joaquim também presenciou as visitas de Luis Carlos Prestes a Caxias. A primeira lotou a praça Rui Barbosa (hoje praça Dante Alighieri). Já a segunda vinda de Prestes foi conturbada: o encontro aconteceu no Cine Central, e o prédio foi apedrejado pelos padres e pelos alunos das escolas católicas.
Joaquim foi o 1º secretário na gestão de Romeu Pieruccini em 1982. Ficou um tempo afastado da direção e voltou em 1993. Atualmente, era responsável pelo Departamento de Aposentados do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul (RS), função exercida até final do ano 2009, quando afastou-se do sindicato por definitivo, por causa de um câncer.