SP tem bem menos metrô do que outras metrópoles

Mesmo com a inauguração da Linha 4-Amarela nesta terça-feira (25/5), o metrô de São Paulo continua bem menos extenso do que os metrôs de outras grandes cidades do mundo. Com a entrega do primeiro trecho da nova linha, que possui 3,6 km e liga as estações Paulista e Faria Lima, a capital paulista passa a ter 67 km de metrô, distribuídos em cinco linhas, com 58 estações.

A primeira linha inaugurada foi a 1-Azul, em 1974. De lá para cá, foram inauguradas as linhas 3-Vermelha (1979), 2-Verde (1991), 5-Lilás (2002) e, agora, a linha 4. O metrô de Seul, na Coreia do Sul, cujo primeiro trecho foi inaugurado também em 1974, possui 287 km de extensão, 10 linhas e 266 estações.

A Cidade do México, onde o metrô foi inaugurado em 1969, também tem bem mais linhas metroviárias do que São Paulo: a rede mexicana possui 202 km de extensão, 11 linhas e 175 estações. A discrepância é maior ainda se o metrô paulista for comparado com os das capitais europeias e o de Nova York (EUA), o maior do mundo.

O metrô nova iorquino, inaugurado em 1904, possui 1.355 km de extensão, distribuídos por 26 linhas, e 468 estações. Já o metrô de Londres, cuja primeira linha foi entregue há 147 anos, é formado por 11 linhas e 270 estações, que totalizam 400 km de extensão. Moscou também tem mais metrô do que São Paulo: são 180 estações, 12 linhas e 298 km de extensão.

“O Metrô de SP deveria começar a ser implantado na década de 40. Tivemos uma defasagem muito grande com relação a outras metrópoles mundiais. Construir metrô com a cidade já densamente urbanizada é muito difícil. O custo para fazer desapropriações é muito alto, assim como as tecnologias de escavação”, afirma o consultor em trânsito Josef Barat, ex-secretário estadual de Transportes do Rio de Janeiro e ex-presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) de SP.

“A quantidade atual de metrô seria adequado para a São Paulo da década de 1960 ou 1950”, diz Barat. O consultor afirma ainda que, nesse momento, tão importante quanto ampliar a rede é promover a integração entre as diversas linhas da capital. “Hoje não dá pra ter em São Paulo uma malha de metrô igual à de Paris [que possui mais de 300 estações em 16 linhas]. É preciso tirar proveito das integrações. Nesse sentido, a Linha 4 tem uma importância muito grande porque liga linhas do Metrô e também da CPTM. Ela tem essa função mais integradora”, acrescenta.

Da redação, com Uol