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Pesquisa do Dieese indica que BC não tem razão para elevar juros

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne nesses dias (terça, 8, e quarta, 9) com o propósito de promover uma nova elevação da taxa básica de juros (Selic), a julgar pelos economistas ligados ao mercado financeiro. O pretexto, como sempre, é o risco inflacionário do crescimento econômico. Mas, pesquisa recente do Dieese sobre o comportamento do preço dos alimentos indicam que os temores neste sentido não são razoáveis.

Pela primeira vez neste ano, a maioria das capitais onde o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica registrou redução no custo do conjunto de produtos alimentícios essenciais, que foram a principal causa da inflação registrada ao longo deste ano.

Alimentos mais baratos

Em maio, 12 localidades pesquisadas apresentaram queda, com destaque para Rio de Janeiro (-5,04%), Porto Alegre (-4,41%), Belém (-2,33%) e Curitiba (-2,19%). Em cinco cidades, os preços tiveram aumento: Manaus (3,26%), Goiânia (2,72%), Aracaju (1,15%), Recife (1,10%) e Belo Horizonte (0,59%).

Nos cinco primeiros meses de 2010, todas as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese registraram alta no custo da cesta básica. Os maiores aumentos acumulados deram-se em capitais do Nordeste: Recife (26,58%), Salvador (18,03%), Natal (18,02%) e João Pessoa (17,27%) e em Manaus (15,49%). Brasília e Fortaleza tiveram as menores variações do período, ambas com 4,96%.

Em 12 meses – no período entre junho de 2009 e maio de 2010 -, apenas Goiânia registra variação acumulada negativa de -0,28% e Fortaleza tem pequeno aumento, de 0,22%. A exemplo do que ocorreu em maio, também em um ano a maior elevação para o custo da cesta foi apurada em Manaus (16,71%). Recife (13,07%), São Paulo (12,73%) e Belo Horizonte (11,28%) vieram na sequência.

A forte retração ocorrida em Porto Alegre, bem maior que a apurada em São Paulo (-1,94%) fez com que as duas capitais registrassem, em maio, valores bastante próximos para os gêneros básicos, com R$ 256,86, na capital gaúcha e R$ 256,31, na paulista. A terceira localidade mais cara foi Manaus, com R$ 249,39. Os menores custos foram apurados em Fortaleza (R$ 185,73) e Aracaju (R$ 187,10).

O valor do salário mínimo necessário para maio foi estimado em R$ 2.157,88, ou 4,23 vezes o mínimo em vigor de R$ 510,00. Em abril o valor estimado era de R$ 2.257,52 e em maio de 2009 ficava em R$ 2.045,06.

Da redação, com Dieese