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Inflação desacelera em maio, segundo pesquisa do Diesse

Em maio, a inflação no município de São Paulo teve alta de 0,15%, a menor taxa neste ano, com redução de 0,07 pontos percentuais (pp) em relação a abril (0,22%). A evolução dos preços sugere que a inflação não é uma ameaça tão séria quanto os alarmistas querem fazer crer para justificar a política monetária conservadora do BC, que promete uma nova rodada de alta dos juros básicos (Selic) na reunião do Copom que começa nesta terça (8) e termina quarta-feira (9) em Brasília.

O cálculo é do Dieese, que também identificou como grupos com maior alta no Índice do Custo de Vida (ICV) a Habitação (0,63%), Alimentação (0,33%) e Saúde (0,45%), que em conjunto contribuíram com 0,29 pp no cálculo da taxa de maio. Por outro lado, o Transporte (-1,14%) colaborou para a queda nesta taxa com -0,18 pp.

Índices por estrato de renda

Além do índice geral, o DIEESE calcula ainda mais três indicadores de inflação segundo tercis da renda das famílias paulistanas. Em maio, as taxas apresentaram comportamentos diferenciados segundo o poder aquisitivo das famílias. Para o estrato 1, que reúne 1/3 das famílias mais pobres (renda média = R$ 377,49), a inflação, no mês, ficou em 0,14%; a taxa foi mais baixa para o tercil com nível intermediário de rendimento (renda média = R$ 934,17), compreendido pelo estrato 2, para o qual o índice ficou em 0,09%. Entre as famílias de maior poder aquisitivo (renda média = R$ 2.792,90), que se encontram no estrato 3, a variação foi a mais significativa, chegando a 0,18%.

Inflação Acumulada

Nos últimos 12 meses, entre junho de 2009 e maio de 2010, o ICV-Dieese apresentou alta de 5,62%. Ao se considerar os diferentes estratos, as taxas anuais são menores na medida em que o poder aquisitivo aumenta: estrato 1, 6,18%; estrato 2, 5,80% e estrato 3, 5,40%. Neste ano – entre janeiro e maio – a inflação acumulada é de 3,19%, sendo maior para os estratos iniciais: 1º (3,72%), 2º (3,49%) e ligeiramente menor para o 3º (2,94%).

Inflação dos alimentos desde 2005

Nos últimos anos, os alimentos têm sido apontados como os responsáveis pela inflação. Para apurar os impactos da alta, o DIEESE realizou uma análise que considera o período entre janeiro de 2005 e maio último. O estudo considerou os dados referentes ao Total Geral, ao grupo Alimentação e seus subgrupos.

O ICV DIEESE, neste período acumulou alta de 28,03%, ao passo que a Alimentação subiu 40,05%. Com relação aos subgrupos, nota-se que em todo período a alimentação fora do domicílio subiu acima da inflação e totalizou, no período, 54,00%; os alimentos in natura e semielaborados tiveram alta de 48,07% enquanto os produtos da indústria alimentícia apresentaram variação de 24,97%.

Fonte: Dieese