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Corpos desaparecidos na ditadura argentina são identificados

A identificação do corpo da mexicana Cristina Cialceta, desaparecida durante a ditadura argentina (1976-1983), representa "mais um alívio que uma alegria", disse nesta quarta à agência EFE sua mãe, María Elena Marull, que viu a sua filha pela última vez em setembro de 1976.

Graças a uma pista recolhida inicialmente em um trabalho de estudantes do ensino médio, o corpo de Cialceta foi identificado junto ao do francês Yves Domergue, os dois enterrados como indigentes em 1976 no cemitério de Melincué, 350 km ao norte de Buenos Aires.

"Não soubemos nada de Cristina em mais de 30 anos. É muito duro remover todo este tempo que acreditava ter superado", assinalou Marull, de 88 anos, quem não oculta, no entanto, sua satisfação por saber que "não atiraram ao rio" sua filha.

A mãe de Cialceta, jovem que desapareceu quando tinha 20 anos e militava no Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRT, extrema-esquerda), não irá à cerimônia de homenagem aos dois jovens, que será liderado hoje pela presidente argentina, Cristina Kirchner.

"Não estou em condições. Teria preferido que fossem realizados menos atos (de homenagem), mas entendo que, para os defensores dos direitos humanos, representa uma vitória", refletiu Marull.