Emilson Piau assume secretaria no governo Wagner
Militante do PCdoB desde o movimento estudantil, na década de 1970, o administrador Emilson Piau assumiu a Secretaria de Relações Institucionais do Estado – Serin. Piau conversou com o Portal Vermelho e elencou os principais desafios à frente da pasta que, entre outras atribuições, abarca o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia – Codes.
Publicado 30/07/2010 00:45 | Editado 04/03/2020 16:19
Criado em fevereiro deste ano, o Codes segue os moldes do Conselho Nacional; composto por trabalhadores, empresários e artistas, com o objetivo de assessorar o Poder Executivo na formulação de políticas e diretrizes voltadas para o desenvolvimento. Reunidos na última terça-feira (27/7), sob a coordenação de Piau e com a presença de Wagner, os 28 conselheiros da sociedade civil debateram sobre as principais propostas de construção da Agenda Baiana de Desenvolvimento.
Vermelho – Em que consiste a Agenda Baiana de Desenvolvimento?
Emilson Piau – Consiste numa estratégia de longo prazo para definir as diretrizes fundamentais para o desenvolvimento com equidade, com redução da desigualdade.
V – E em que estágio está a construção dessa Agenda?
EP – Nós temos duas frentes de trabalho: uma frente Técnica, pela equipe da Secretaria de Planejamento, e um frente de trabalho Social com diversos setores; entre eles, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Bahia.
V – Quais são as atribuições e a importância do Conselho?
EP – A importância é estabelecer o diálogo com os diversos atores sociais, sindicatos, associações, empresários, federações, para que esses grupos possam sentar e ajudar a construir essa Agenda. Porque uma Agenda é um espaço de debates, de discussão para encontrar os melhores caminhos; e até novos, se for o caso.
V – Como o Conselho atua na prática?
EP – São quatro grupos de trabalho: o dos trabalhadores, o da juventude, um grupo que está trabalhando o desenvolvimento territorial, e o que trabalha o observatório da equidade, que é a construção dos indicadores que vão permitir acompanhar a implementação das políticas.
V – Tem alguma previsão de quando a Agenda será, de fato, colocada em prática?
EP – Ela é processual. À medida que os resultados vão aparecendo, ela vai sendo colocada em prática. Por exemplo, o presidente Lula, agora há pouco, na crise, adotou várias sugestões do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social como estratégia de combate à crise. Então, não é um documento que precisa ser realizado para que você possa começar a aplicar; por isso, é uma Agenda, a qual você vai cumprindo e avançando.
V – Recentemente, o Senhor assumiu a Secretaria Estadual de Relações Institucionais. Quais sãos os principais desafios à frente da pasta?
EP – É fortalecer o diálogo com o social, ampliar a interface de interlocução com os municípios, apoiar o processo de relacionamento do governo com os movimentos sociais e fortalecer, no Estado da Bahia, essa relação federativa com os municípios, com os vereadores e parlamentares, para que agente funcione como um acolhedor, um recepcionador dessas demandas e um articulador do processo de solução dos permanentes conflitos nessas relações de poder. Portanto, tenho a honra de ocupar esse cargo e de pertencer ao PCdoB.
V – Quantos anos de militância no partido?
EP – Desde 1977 que estou nas fileiras do partido, na batalha do movimento estudantil.
Vermelho – E de que maneira as bandeiras que o partido defende se inserem dentro desse contexto da sua nova atuação?
EP – Se insere, justamente, no contexto de que a sociedade é um espaço de disputa entre os diversos grupos. E, ao longo do tempo, os grupos dominantes foram os mais endinheirados e mais poderosos. Então, ter a oportunidade de estar no governo, é a oportunidade de você trabalhar, também, para que os grupos que são sem voz e invisíveis, possam ser vistos. Só com essa nossa ideologia de socialismo, de sociedade mais igual, de sociedade com participação, é que a gente consegue isso.
De Salvador,
Camila Jasmin