Wangle Alves: "juventude não será espectadora"
O site da UJS/RN publica entrevista com o presidente estadual e dirigente nacional da entidade, Wangle Alves. Ele comenta sobre o processo eleitoral de 2010 e afirma: “Se alguém pensa que temos memória curta, engana-se. A juventude manterá seu protagonismo e cerraremos fileira em torno dos avanços evitando o retrocesso no RN”. Confira a entrevista.
Publicado 20/08/2010 07:11 | Editado 04/03/2020 17:08
Primeiro, é preciso localizar o partido Democratas, ao qual Rosalba é filiada, no cenário nacional. O DEM é a 2ª etapa da metamorfose de uma organização política que surgiu defendendo e representando a ditadura militar – a ARENA. Com a redemocratização, eles passam a se chamar PFL, mas mantiveram sua visão elitista e conservadora de Estado. A democracia acabou sendo um péssimo negócio para um eles que, de maior partido do Brasil, acabaram varridos dos principais governos e, recentemente, perderam o último Estado que governavam, o Distrito Federal, devido a grandes escândalos de corrupção.
Aqui no RN, não foi diferente a experiência que tivemos sob o governo desse partido. Basta lembrar dos escândalos do Ganhe Já! – em alusão às iniciais de José Agripino -, ou da falência do BANDERN para entender com o que estamos lidando.
A experiência de 2008, com Micarla, deveria servir de lição. Naquele ano estavam todos juntos, Agripino, Rosalba e a atual prefeita diziam ser a novidade, que fariam e aconteceriam na capital, mas o que tivemos mesmo? A educação e a saúde nunca estiveram em condições tão críticas, e olhe que essas eram as principais temáticas de Micarla.
UJS – O que a entidade tem defendido acerca de políticas voltadas para a juventude?
Realizamos, no meses de abril e maio, diversas discussões entre os membros da UJS sobre as demandas da juventude potiguar. Temos uma visão sobre as questões de juventude que poucas organizações possuem porque lidamos com vários desses aspectos no cotidiano da nossa militância. Então, no nosso 8º Congresso Estadual, realizado em Natal, aprovamos uma plataforma a ser apresentada e que aborda diversos temas, como a criação de uma Secretaria de Juventude com orçamento próprio, políticas de promoção dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher, questões ambientais, juventude rural, dentre outros. Tudo isso está disponível no nosso site: www.ujspotiguar.com.br.
UJS – Qual tem sido o posicionamento da entidade quanto às eleições estaduais?
O Congresso Estadual da UJS, realizado em junho, reuniu jovens de 20 cidades de todo o Rio Grande do Norte, além de 400 jovens em 6 Congressos Municipais da UJS. Há um consenso de que o RN não tem acompanhado os importantes avanços alcançados com o governo do presidente Lula. É preciso ousadia e projeto claro para enfrentar as demandas do nosso Estado.
Carlos Eduardo, quando prefeito, implementou uma gestão inédita em Natal, renovando os quadros administrativos da cidade, reformando as escolas municipais e investindo na cultura. Quando eu fui vice-presidente da APES (Associação Potiguar dos Estudantes Secundaristas) presenciei mudanças fantásticas nas escolas do município. O João XXIII, por exemplo, estava com uma estrutura horrível, parecia mais uma penitenciária do que uma instituição de ensino. Hoje é uma nova escola.
Temos convicção de que a candidatura que representa um novo modelo de Estado, com transparência, democracia e participação social nas decisões públicas é com Carlos Eduardo, não somente pelas propostas, mas pelas práticas, ele já provou que tem condições de dar um novo rumo ao RN.
Além disso, a UJS apoia o candidato ao Senado, Sávio Hackradt, que tem feito uma bela campanha, mesmo com todas as disparidades materiais que estão muito claras. Sávio é uma opção fantástica e entende as necessidades do Estado, faz uma opção clara pelo desenvolvimento e pela geração de emprego e renda para o nosso povo.
UJS – Valeu, Wangle! Por fim, qual é o seu recado para a juventude do Rio Grande do Norte?
A juventude tem uma história muito rica de participação e de conquista de mudanças reais. Não foi à toa que durante a constituinte a UJS ocupou as galerias do Congresso para defender a aprovação do voto aos 16 anos. Conseguimos essa vitória e temos a certeza de que isso deu uma grande contribuição à democracia brasileira.
Precisamos separar o joio do trigo. Durante a campanha, é muito difícil diferenciar e fazer opções porque o rebaixamento da política eleitoral do nosso país causa muita confusão. Prova disso são as declarações dos candidatos do DEM, que tentam ao máximo se desvincular da candidatura de José Serra a presidente porque sabem que o povo não quer mudar de rumo.
Uma coisa fantástica que serve de parâmetro é a base social de cada candidato. Quem é a base de Rosalba? Prefeitos, deputados e vereadores. É nisso que ela tem escorado, no apoio maciço de políticos profissionais. Quem acredita que essas pessoas não vão cobrar depois da eleição? Vai ser um toma-lá-dá-cá incrível.
Com Carlos Eduardo estão os movimentos sociais. Sindicatos, organizações juvenis, associações de bairro, dentre outros, que representam idéias ousadas e progressistas sobre o Estado. Fazemos campanha com muita ênfase porque percebemos que há uma janela, uma oportunidade histórica de não somente mudar, mas de romper com o tipo de política do RN – regionalista, incapaz de perceber o nosso desenvolvimento de modo integrado.
Essa é a reflexão que precisa ser feita. A UJS tem espaços ricos para discussão e participação. Fazemos o convite para que todos os jovens até os 29 anos façam parte da nossa rede, que pode ser acessada pelo endereço http://rede.ujs.org.br. Valeu, nos vemos na luta!