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Servidores vão receber formação para trabalhar com indígenas

Em meio a uma área de mato, na cidade de Sobradinho, entorno de Brasília, foi inaugurada, nesta quarta-feira (25), o Centro de Formação em Política Indigenista. É uma escola para capacitar os servidores federais, estaduais e municipais que atuam em políticas públicas para os povos indígenas.

indígenas - Ag. Brasil

“O objetivo principal desse espaço é o de cumprir com as políticas públicas de promoção e proteção dos povos indígenas, hoje estimados em cerca de 1 milhão”, declarou o presidente da Funai, Márcio Meira quem, junto com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, participou da cerimônia de inauguração.

Para o indigenista Vicente Barbosa, não existia uma formação específica para os servidores que trabalham com povos indígenas. Antigamente, os concursados nessa área eram antropólogos, porém, no novo concurso, não houve exigência de formação específica. “O cargo de indigenista foi aberto para qualquer formação. Se fosse só para antropólogos, a gente jamais poderia juntar talentos diversos para compor uma Funai que está nascendo depois de 24 anos sem concurso", afirmou.

Na solenidade, que contou também com a presença de representantes da Funai e com indígenas da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), foi assinada a portaria de nomeação de 425 novos servidores da Funai. Essa é uma parcela das 3.100 novas vagas criadas para a reestruturação do órgão.

Após a inauguração, o ministro da Justiça abriu a reunião extraordinária da CNPI. “Podemos ver o quanto a Funai cresceu, se desenvolveu nos últimos tempos. Foi construída uma nova política indigenista no Brasil, que é demonstração de um novo tempo de gestão na instituição”, afirmou.

De acordo com o ministro da Justiça, o centro ainda está em desenvolvimento e poderá ser implantado em outras partes do país. “Acho de fundamental importância para o desenvolvimento de políticas públicas. O governo brasileiro têm diversas políticas públicas para a população indígena no país, porém, muitas vezes, faltam profissionais especialistas nessa área.”

Novos servidores

Para o presidente da Funai, o novo centro vai ajudar na reestruturação da Funai. “Há muito anos a Funai não desenvolve uma atividade de formação continuada dos servidores. Não só estamos retomando essa atividade de formação, como estamos recebendo novos servidores.

Os novos servidores foram aprovados no último concurso da Funai, feito no início deste ano. A fundação não fazia processos seletivos há 24 anos. Segundo Meira, 90% dos novos servidores vão trabalhar nas regiões próximas às terras indígenas, principalmente na área da Amazônia Legal. “Então, o objetivo deste centro é preparar o servidor que está chegando para desenvolver o trabalho na ponta”, disse.

Inaugurado em 2002 para servir como abrigo temporário de indígenas, o espaço foi reforma e equipado para sediar o Centro de Formação. Com uma área total de 1.700 metros quadrados, o centro conta com auditório para 80 pessoas, 11 salas de aula, laboratório de informática e biblioteca, com um acervo de 660 títulos sobre sociedades indígenas e política indigenista. Os servidores poderão fazer cursos, simpósios, congresso e reuniões no local.

A programação de inauguração incluiu o lançamento da Exposição Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, com painéis fotográficos, livro fotobiográfico e vídeodocumentário. Considerado uma das figuras mais importantes na história do Brasil, Rondon foi um dos primeiro indigenistas brasileiros.

De Brasília
Com agências