Petroleiros do RN participam de paralisação de advertência

Os petroleiros do Rio Grande do Norte iniciaram uma paralisação de advertência seguindo a tendência dos trabalhadores em nível nacional. O movimento no estado começou durante a troca de turno, ontem pela manhã, em Alto do Rodrigues com 80% de adesão dos funcionários efetivos da Petrobras e empresas contratadas.

Os trabalhadores reivindicam 10% de aumento salarial e criação de um fundo garantidor contra calotes de diversos tipos. A paralisação visa a adesão de todos os trabalhadores em nível nacional e no RN será feita em todas as unidades da Petrobras.

“Nosso objetivo não é parar a produção petrolífera. A paralisação inicial será de oito horas para cobrarmos ações efetivas da Petrobras. Nossa pauta de reivindicações é composta por 13 itens”, comenta o coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro RN), Márcio Dias. Os trabalhadores cobram a criação de um fundo patrocinado pela estatal que cobriria calotes dados por terceirizadas que abandonam os contratos de serviços e exploração de petróleo.

O estado de greve não está descartado caso o sindicato não avance nas negociações com a Petrobras. A proposta apresentada pela empresa durante a rodada de negociação com a Federação Única dos Petroleiros – aumento salarial baseado no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, além de 1% a 2% de aumento real, dependendo da categoria – foi rejeitada pelos trabalhadores. “Já fizemos algumas reuniões e ela quer nos conceder um abono baseado em dados do Dieese. Nós não aceitamos”, afirma Dias. Caso não haja um acordo durante a paralisação de hoje, o sindicato espera que a greve possa ser deflagrada até o dia 14.

Na parada de advertência, os funcionários de apoio técnico, administrativo e logístico não desempenharão suas funções. Os poços continuarão produzindo petróleo e o pessoal que já estava trabalhando não será substituído durante a troca de turno. Todas essas medidas estão sendo tomadas para que a Petrobras apresente uma contraproposta para as cláusulas econômicas do Acordo Coletivo de Trabalho, que atendam às necessidades dos funcionários e pressionem as empresas terceirizadas ao cumprimento integral dos contratos de serviços firmados com a estatal e com os próprios trabalhadores.

O Sindipetro aponta que inúmeras empresas de pequeno e médio porte não cumprem o contrato integral com a Petrobras e a principal vítima é o trabalhador que deixa de receber seu salário e direitos trabalhistas. “A situação dos trabalhadores é difícil. A Petrobras não toma uma atitude eficaz em relação a essas empresas”, conclui Dias.

Jornal Tribuna do Norte