Obra da Bienal é coberta, mas Justiça não pediu retirada
A Folha de S. Paulo publicou nesta quarta-feira (22) a matéria "Justiça vai retirar obra de Bienal, diz curador", informando que a Justiça Eleitoral teria pedido a retirada da obra "El Alma Nunca Piensa Sin Imagen" (a alma nunca pensa sem imagem) da mostra, que abriu na terça-feira (21) para convidados (e abre neste sábado para o público). A assessoria de imprensa da Fundação, entretanto, informa que a decisão foi da própria organização do evento, sob orientação da procuradoria do TSE.
Publicado 22/09/2010 17:36

A obra do artista argentino Roberto Jacoby simula uma campanha eleitoral usando imagens dos candidatos Dilma Rouseff (PT) e José Serra (PSDB). Os artistas, trajando camisetas vermelhas com o nome "Dilma" e a estrela do PT, fazem uma espécie de campanha para a candidata.
Agnaldo Farias, curador ao lado de Moacir dos Anjos, teria dito à Folha de S. Paulo que a diretoria da Fundação recebeu notificação considerando a obra ilegal. "A justiça considerou o trabalho uma propaganda eleitoral. Não pode ter imagem de candidato em lugares públicos. A gente não pode contestar a decisão, porque corremos o risco até de ser presos", teria dito Farias.
Fundação buscou orientação do TSE
A assessoria de imprensa da Fundação Bienal, entretanto, esclarece a confusão: na realidade quem procurou a procuradoria regional eleitoral para consultar sobre a obra foi a própria Fundação Bienal, o que contradiz a declaração do curador de que a obra teria chegado pronta da Argentina e haveria sido instalada pela equipe do artista. À Folha, o curador declarou que "Se soubéssemos que se tratava da Dilma, sabíamos que haveria problemas e teríamos avisado o artista".
Procurada pela Fundação Bienal, a procuradoria encaminhou a questão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a procuradoria do órgão federal encaminhou uma "recomendação oficial" à Fundação, "dizendo que não considerava prudente, em prédio público, a exposição de imagens que fizessem referencia a candidatos", nas palavras da assessora de imprensa que atendeu ao Portal Vermelho.
Diante da recomendação, a organização da Bienal de São Paulo conversou com artista e a obra já está coberta com pano preto.
Da redação, Luana Bonone