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SP: Bienal espera receber mais de 1 milhão de visitantes

Com 850 obras, participação de 160 artistas de diversas nacionalidades e entrada gratuita, a 29ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo foi aberta ao público na manhã deste sábado (25). A mostra está montada no Pavilhão de Exposições Ciccillo Matarazzo, no Parque do Ibirapuera, na zona sul da capital paulista. A expectativa dos organizadores é que cerca de um milhão de pessoas visitem a Bienal, que ficará em cartaz até o dia 12 de dezembro.

Segundo o presidente da Bienal, Heitor Martins, este ano o objetivo é aproximar as artes plásticas do cotidiano das pessoas e, aproveitando o clima eleitoral, reforçar a tese de que arte e política são inseparáveis. Além disso, sob o título Há Sempre um Copo de Mar Para um Homem Navegar, verso do poeta Jorge de Lima, os curadores esperam reforçar que a dimensão utópica da arte está contida nela mesma.

A edição é considerada uma retomada, após a crise institucional que culminou na "Bienal do vazio" em 2006. Representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Cultura, Juca Ferreira afirmou que esta edição marca a retomada da Bienal de São Paulo. “Alguns chegaram a profetizar seu fim. A Fundação Bienal estava às portas da delegacia, em meio a acusações do Ministério Público. Seria um equívoco jogar fora a criança junto com a água suja”, disse.

Uma das atrações deste primeiro dia é a encenação da performance Divisor, de 1968, da escultora, gravadora e cineasta Lygia Pape (1927-2004). Os responsáveis pela apresentação esperam contar com 200 pessoas para participar voluntariamente da apresentação.

Polêmicas

A Bienal de São Paulo gerou polêmicas e ganhou espaço na imprensa antes mesmo da abertura oficial. A seccional de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) chegou a exigir que parte da série Inimigos, do artista plástico pernambucano Gil Vicente, fosse retirada da exposição.

Nas telas feitas com carvão, o artista se autorretrata assassinando líderes mundiais como o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush e o papa Bento XVI.

Mais duas obras a despertar polêmica são Bandeira Branca, na qual o artista Nuno Ramos mantém três urubus presos em uma tela instalada no espaço central do pavilhão. A outra é A Alma Nunca Pensa Sem Imagens, na qual o argentino Roberto Jacoby simula uma campanha eleitoral usando imagens dos candidatos presidenciais Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, e José Serra (PSDB).

Roberto Jacoby

O painel da obra de Roberto Jacoby com as fotos de Dilma e José Serra está coberto por papel craft. Com o título, "El alma nunca piensa sin imagen", a instalação está no terceiro piso do prédio da Bienal no Parque do Ibirapuera. O artista argentino fará uma série de oficinas no local, mas não poderá imprimir camisetas com o nome da candidata ou entregar panfletos. O artista escreveu em uma folha de papel que "proibir a expressão artística é colaborar com a extinção da reflexão sobre a política!!!".

Antes da abertura da mostra, a curadoria da Bienal consultou a PRE-SP (Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo) sobre a obra de Jacoby. A recomendação do órgão eleitoral foi de não exibir a obra, alegando que ela poderia ser interpretada como propaganda eleitoral em um prédio público, o que é irregular.

Da redação com agências