Sem categoria

Direita italiana evita renúncia de Berlusconi

O premiê Silvio Berlusconi obteve nesta quarta-feira (29) o apoio da câmara dos deputados da Itália a um voto de confiança a seu governo, por 342 votos a favor e 275 contra.

Estavam presentes à sessão da câmara 620 legisladores, dos quais 617 se pronunciaram. Para obter o apoio seria necessário ultrapassar os 316 parlamentares que compõem a maioria.

"É de interesse absoluto do país não correr o risco de uma crise em um período de instabilidade, é preciso fazer um esforço para que isso não ocorra e fortalecer o compromisso comum desta legislatura até o fim", disse o primeiro-ministro em seu pronunciamento.

Após o pronunciamento de Berlusconi sobre seus planos de governo, seu ex-aliado e titular da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, declarou que era "inevitável" votar a confiança ao Executivo.

O respaldo era considerado essencial para que Berlusconi se mantivesse no cargo, visto que poderia perder a maioria no Parlamento, devido à ruptura com Fini, que foi expulso do governista Povo da Liberdade (PDL) em julho passado, acusado de fazer oposição ao governo.

Depois ser retirado da legenda, que ajudou a fundar em 2009, Fini decidiu criar um novo grupo no Legislativo, levando consigo ao menos 33 deputados, o que poderia dificultar a aprovação dos planos do premiê.

Ao término da sessão de quarta, o deputado manteve uma reunião com os dissidentes do PDL. No encontro, ele anunciou a fundação de um novo partido, diante do aplauso dos presentes.

Por sua vez, o líder da Liga Norte, Umberto Bossi, lamentou "os números limitados" obtidos, mas ainda assim celebrou a vitória dos governistas. "O caminho é estreito", complementou.

Durante a manhã, Berlusconi, num discurso moderado, diferente do usual, multiplicou-se no que a mídia italiana chamou de "gestos de pacificação".

No final do seu discurso, apelou à "coesão nacional", pedindo a "todos os moderados e reformadores" no seio da oposição para continuarem a "trabalhar juntos".

Em nenhum momento do seu discurso, Berlusconi referiu-se a Gianfranco Fini.

Da redação, com agências