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Analistas internacionais apontam favoritismo de Dilma

Os profissionais da imprensa internacional – correspondentes, enviados especiais, editorialistas – acreditam no favoritismo de Dilma Roussef (PT) para vencer o segundo turno das eleições presidenciais no Brasil. A opinião dominante nas análises políticas é de que os votos de Marina Silva, que se transferirão para Dilma, e o carisma do Presidente Lula serão decisivos na vitória de Dilma.

O La Nación, de Buenos Aires, diz que os resultados do primeiro turno abriram nova oportunidade ao candidato José Serra (PSDB), mas de difícil sucesso, na medida em que "as possibilidades de que Roussef seja a sucessora de Lula continuam sendo sumamente fortes, quase indestrutíveis".

Para Vincent Bevins, do jornal Guardian, de Londres, há razões para que Dilma mantenha a confiança, apesar de não ter vencido no primeiro turno, na medida em que boa parcela dos que votaram em Marina transferirão sua preferência no segundo turno à candidata petista, dando-lhe a vitória. Segundo ainda o jornalista britânico, seria um erro subestimar a importância do simbolismo e do carisma de Lula, o principal cabo-eleitoral de Dilma.

O madrilenho El País, em editorial, não tem dúvidas de que Dilma é "a franca favorita" para a disputa eleitoral de 31 de outubro. Mas alerta para os desafios que o Brasil encontra pela frente. Entre esses desafios, o jornal espanhol aponta "o controle de uma indisciplinada coalizão de dez partidos".

No mesmo El País, a enviada especial Soledad Gallego-Díaz e o correspondente baseado no Rio de Janeiro, Juan Arias, acham que Marina Silva é a chave para o futuro do Brasil, título da matéria que assinaram em conjunto. E destacam como "o mais importante resultado (das eleições de domingo) é a sensação de enorme vitalidade oferecida pelo Brasil".

E isso não apenas porque 134 milhões de pessoas foram às urnas em um ambiente de festa e sem violência, mas também porque um segundo turno obriga os candidatos a explicar melhor suas propostas.

O Financial Times, jornal britânico de economia e finanças, também avalia que "o segundo turno poderá ser uma boa coisa para o Brasil, na medida em que poderá forçar os candidatos a abordarem temas em relação aos quais se esquivaram até agora". Para o FT, "o Brasil merece um melhor nível de debates do que o oferecido até agora pelos candidatos presidenciais".

Duas questões apontadas pelo jornal é a maneira como o Brasil equilibrará seu orçamento e o chamado "custo Brasil", o conjunto de ineficiências que faz do
País a 129ª pior nação do mundo para as empresas operarem.

De Brasília
Com Agência Estado