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Bancários fazem greve histórica e fecham 8.280 agências no país

A greve dos bancários ainda nem acabou, mas já é a maior dos últimos 20 anos. Com as atividades paralisadas há dez dias, a categoria já fechou 8.280 agências em todo o país. E como a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ainda não apresentou uma nova proposta de reajuste, a expectativa é que o movimento continue a crescer nos próximos dias, com a adesão de um número cada vez maior de trabalhadores.

Os bancos têm se recusado a reabrir o diálogo com os funcionários, que já demonstraram diversas vezes que estão dispostos a negociar. Nesta sexta-feira (8/8), o Comando Nacional dos Bancários enviou mais uma correspondência à Fenaban, pedindo que eles marquem dia, hora e local para retomada das negociações entre patrões e empregados.

“Ficamos de plantão durante toda a semana em São Paulo, esperando que as negociações fossem retomadas, mas os banqueiros sequer assinalaram com esta possibilidade. Ao contrário, reafirmaram a intransigência ao manterem silêncio total sobre as demandas dos funcionários que continuam em greve”, informou Emanoel Souza, presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, que integra o Comando Nacional dos Bancários.

Enquanto uma proposta não chega, a categoria continua com a disposição de manter o máximo de agências fechadas nos 26 estados e no Distrito Federal. Na Bahia, a adesão chega a 70% dos trabalhadores, que mantêm as atividades paralisadas em 531 agências de Salvador e outros 166 municípios do interior do estado.

Só da base do Sindicato da Bahia são 316 agências fechadas, sendo 239 de bancos públicos (152 do Banco do Brasil, 66 da Caixa e 21 do BNB), alem de 77 da rede privada, ( 21 do Bradesco, 23 do Itaú Unibanco, seis do HSBC, 21 do Santander Real, uma do Mercantil e cinco de outras organizações).

“Nem o feriado prolongado vai atrapalhar o movimento. Na próxima semana, mais agências serão lacradas, inclusive na segunda-feira. Os banqueiros acham que ignorando os trabalhadores podem acabar com a greve. Doce ilusão. Estamos prontos para radicalizar ainda mais”, afirma o diretor de Comunicação do SBBA, Adelmo Andrade.

De Salvador,
Eliane Costa