Greve dos bancários fecha mais de seis mil agências no Brasil

A greve nacional dos bancários completa sete dias nesta terça-feira (5/10) com o saldo de 6.527 agências fechadas em todo o Brasil. O movimento ganha força e já atinge os 26 estados e o Distrito Federal, com a expectativa de que mais trabalhadores paralisem as atividades nos próximos dias, uma vez que a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) não apresentou nenhuma nova proposta à pauta de reivindicação da categoria.

“A intransigência dos banqueiros é que está levando os bancários para a greve. Eles enrolaram a categoria por quase dois meses antes de apresentarem uma proposta pífia de 4,29% de reajuste e agora se negam a retomar as negociações. Assim não pode haver acordo”, afirma o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, que integra o Comando Nacional dos Bancários.

Desde o início da greve a categoria já deu várias demonstrações de que está disposta a volta a sentar à mesa de negociação. O Comando Nacional se reuniu na segunda-feira, em São Paulo, para avaliar a greve e decidir os rumos que o movimento durante esta semana. “Nós decidimos também encaminhar uma carta Fenaban repudiando as práticas antissindicais de alguns bancos, como o ajuizamento de interditos proibitórios e pressão para obrigar os funcionários a chegarem de madrugada nas agências para furar a greve. Além disso, o Comando permanece de plantão em São Paulo, caso os patrões queiram negociar”, acrescentou Souza.

Enquanto a negociação não acontece, os trabalhadores seguem a disposição de fechar todas as agências bancárias do país. Na Bahia, o Sindicato dos Bancários intensificou a mobilização nesta segunda e terça-feira e já conseguiu paralisar as atividades em mais de 500 unidades de Salvador e do interior do estado. Na capital, a adesão é mais forte em locais com maior concentração de bancos, como o Comércio, a avenida Sete de Setembro, a Tancredo Neves, a Sete Portas e a Barra.

No interior, tem agências fechadas em Camaçari, Itabuna, Alagoinhas, Feira de Santana, Gandú , Barreiras, Juazeiro, Brejões, Brumado, Campo Formoso e outros 125 municípios. A adesão é maior no Banco do Brasil, Caixa e Banco do Nordeste, mas muitos postos de atendimento dos bancos privados também permanecem fechados desde a última quarta-feira.

A campanha salarial dos bancários começou em agosto, com a entrega da pauta de reivindicações à Fenaban. A categoria pede 11% de reajuste salarial (reposição da inflação mais aumento real), maior participação nos lucros e resultados, isonomia nos bancos públicos, valorização do piso salarial, fim do assédio moral e da pressão por metas, mais investimentos em segurança e melhores condições de trabalho. Os trabalhadores decidiram pela greve, no dia 29 de setembro, após a Fenaban oferecer apenas 4,29% de reajuste e ignorar os outros itens da pauta de reivindicações.

De Salvador,
Eliane Costa