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Filme usa funk proibido para mostrar, na ONU, violência carioca

Nesta quinta-feira (21), dois brasileiros levam o funk 'proibido' para uma conferência na sede das Nações Unidas, em Nova York. Os jornalistas Guilherme Arruda e Ludmila Curi serão recebidos numa conferência sobre desarmamento. Eles vão apresentar o filme 'Grosso Calibre', um documentário que aborda o problema da violência armada no Rio de Janeiro a partir dos versos das músicas de um artista desconhecido na mídia, mas que está na boca do povo: Mc Smith.

"Muitas pessoas criticam o meu trabalho, dizem que é música de bandido. Mas as letras falam a realidade da favela", diz o cantor.  O filme faz parte de uma série de três documentários produzidos pela ONG Oxfam Internacional.

Além do curta-metragem brasileiro, a instituição apoiou filmes que também falam da banalização das armas, realizados na Índia e no Burundi. A organização defende a criação de um tratado mais rígido sobre o comércio internacional de armas.

A produção nacional inclui cenas registradas no Complexo da Maré, no Complexo do Alemão, na Favela do Arara e nas comunidades Dona Marta e Borel. Entrevistas com o coordenador das unidades prisionais do Rio, Orlando Zaccone, e com o ex-subchefe da Policia Civil, Carlos Oliveira, esclarecem como as armas chegam nas mãos dos traficantes e as consequências dessa realidade.

De acordo com o blog do filme, o documentário mostra como vivem as pessoas em meio aos conflitos entre traficantes fortemente armados e uma polícia frequentemente acusada de violação dos direitos humanos. "O objetivo é olhar de perto os danos sociais causados pela banalização da presença massiva de armas de grosso calibre na vida dessas pessoas".

O filme volta a ser exibido em Nova York na próxima segunda, num evento pela paz, também promovido pela ONU. Há outras sessões programadas em uma escola americana e nos tradicionais cinemas de Tribeca. 

Com O Globo