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Aécio descarta proposta esdrúxula para presidência do Senado

O senador eleito Aécio Neves negou, por meio de nota, qualquer articulação que visaria a eventual candidatura à presidência do Senado. O ex-governador de Minas garantiu que não pretende disputar o posto neste mandato em respeito ao critério de proporcionalidade, que preconiza que as forças partidárias majoritárias devem presidir a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.

Ao longo da semana passada, políticos e "analistas" especularam que o partido de Aécio Neves, o PSDB, somaria forças com legendas da base de apoio do atual governo para bater chapa com o bloco PMDB-PT, que elegeu o maior número de parlamentares. O governador reeleito do Ceará, Cid Gomes, foi quem sugeriu, na semana passada, que o ex-governador de Minas fosse candidato a presidência do Senado com o apoio de partidos da base. Mas sua proposta foi prontamente rechaçada pelo próprio PSB, que afirmou tratar-se de uma opinião pessoal de Cid Gomes e não de uma poosição do partido.

Aécio Neves é considerado um político com bom trânsito em vários partidos, o que poderia lhe dar força para ser um candidato forte, mas conquistar a maioria do Senado não seria fácil.

O senador Hélio Costa (PMDB), candidato derrotado ao governo de Minas, classificou como “hilariante” a possibilidade de uma articulação que levasse um nome da oposição à cadeira de presidente do Senado. Sem citar Aécio Neves, ele descartou a hipótese do bloco majoritário abrir mão da presidência da Casa para "premiar um tucano anti-Dilma".

Até o final do ano, o presidente do Senado será José Sarney (PMDB). Pelo regimento interno ele pode disputar a reeleição. No entanto, outros nomes do próprio PMDB já foram ventilados como possíveis sucessores de Sarney em 2011. Entre os cotados está Edison Lobão, ex-ministro de Minas e Energia, que teria o aval de Sarney. Mas, desgastado com escândalos, o "poder" de Sarney na casa já não é mais decisivo para eleger ninguém.

Na nota que distribuiu à imprensa, a assessoria de Aécio Neves o descola de qualquer movimento pela presidência do Senado. "Informamos ser totalmente falsa a afirmação de que o ex-governador Aécio Neves estaria promovendo articulações com aliados do governo federal para presidir o Senado. O senador eleito já manifestou publicamente a sua posição favorável ao critério da proporcionalidade das forças políticas para definição do comando da Câmara dos Deputados e do Senado. Foi inclusive por esse critério que ele foi eleito presidente da Câmara dos Deputados, já que, na época, o PSDB fazia parte do bloco majoritário naquela Casa Legislativa", diz a nota.

PT e PMDB acertam rodízio para comandar as duas casas

Na semana passada, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), confirmou os acordos que já foram fechados entre o PT e o PMDB para a escolha dos futuros presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados.

Segundo Jucá, já existe um entendimento entre os presidentes do PMDB, Michel Temer, e do PT, José Eduardo Dutra, de que haverá rodízio entre os dois partidos no comando da Câmara Federal. Quem será o presidente da Casa no começo da próxima legislatura, contudo, ainda não está definido. “Não se pode dizer que a presidência inicialmente será do PT. Isso será decidido em janeiro”, disse o senador.

Por tradição, na Câmara e no Senado, o partido que tem maior bancada indica o presidente. Dessa maneira, o PT, que terá 88 deputados, ficaria com a presidência da Câmara, mas o partido optou pelo acordo de rodízio com o PMDB, que fez 79 deputados na última eleição, para formar um bloco mais coeso de apoio ao governo.

No Senado, o PMDB tem a maior bancada e, até o momento, não enfrenta problemas para indicar um nome. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Demóstenes Torres (DEM-GO), disse que, apesar de ser cedo para discutir o assunto, a oposição respeitará a tradição de que o presidente da Casa seja indicado pelo partido que tem maior bancada.

"Se não for nenhum nome ofensivo à Casa, vamos respeitar a tradição. Nós sabemos ser oposição, existem vários nomes bons dentro do governo", afirmou Demóstenes.

Com agências