Cláudio Vilaça: Kakfa estava certo. Querem Protógenes na cadeia!

Em “O Processo”, famoso clássico escrito por Franz Kakfa, mocinho vira bandido e bandido mocinho

Protógenes Queiroz, o delegado federal que botou na cadeia por crimes de corrupção o ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, o banqueiro Daniel Dantas, o mega-especulador Naji Nahas, foi condenado arbitrariamente por uma decisão delirante do Juiz Federal Ali Mazloum.

Protógenes

O absurdo: Três anos e quatro meses de prisão por crimes de violação de sigilo funcional e fraude processual. A pena de detenção foi "substituída" por restrições de direitos – Protógenes terá que prestar serviços à comunidade em um hospital público ou privado, "preferencialmente de atendimento a queimados", e curiosamente, está proibido de exercer mandato eletivo, cargo, função ou atividade pública, ou seja, não poderá tomar posse como deputado federal em 2011.

Um curiosidade que salta aos olhos dos mais leigos: A sentença foi proferida pouco antes da diplomação do Delegado como parlamentar. Ele elegeu-se deputado federal pelo PCdoB com 94.906 votos. Seus advogados já disseram que vão recorrer da sentença. Seu advogado, o competente dr. Adib Abdouni, foi categórico ao afirmar que Protógenes é inocente, e que seu trabalho, cuja repercussão foi nacional, foi muito bem feito.

O fato é que, desde que se tornou alvo de perseguições do juiz Ali Mazloum e de setores da Polícia Federal (PF), o delegado tem negado qualquer irregularidade. E a população brasileira sabe que sua conduta é ilibada, porque não se corrompeu e agiu sempre no estrito cumprimento do seu dever como servidor público.

Outro fato que causa indignação na absurda condenação é o fato das normas internas na PF garantirem a utilização de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), em investigações de crimes de colarinho branco. A norma pela natureza da investigação (crimes financeiros) se estende também à instituições como o Banco Central e Receita Federal.

O ínclito Delegado Protógenes não cometeu nenhum ato ilícito, o delírio, ou a sentença, tem um objetivo explícito: impedir que por conta da imunidade parlamentar ele passe a ser julgado pelas instâncias judicais superiores, e possa subir à tribuna para dizer ao povo brasileiro sério e honesto e cumpridor de seus deveres que o elegeu, tudo a respeito da Operação Satiagraha.
Protógenes condenado e Dantas solto!

Divido com o colega jornalista Paulo Henrique Amorim o sentimento de indignação e desbafo: Viva o Brasil!

Artigo de Cláudio Vilaça, presidente da Associação dos Jornalistas do Serviço Público de Minas Gerais 

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