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Secretária do PC Grego analisa resultados eleitorais

Neste breve artigo, a secretária-geral do Partido Comunista Grego, Aleka Papariga, avalia os resultados das últimas eleições no país, realizadas no último dia 7, em especial no que diz respeito ao desempenho do KKE. Segundo ela, o partido foi "a única força política que teve um aumento significativo nas eleições nos âmbitos local e regional".

No artigo, Papariga diz que o KKE apelou ao povo grego "para mobilizar-se, lutar, contra-atacar a fim de cuidar dos seus problemas urgentes e também para criar as pré-condições de uma viragem mais geral destas políticas – uma mudança radical no equilíbrio de forças a nível político".

Acompanhe a íntegra a seguir.

Os resultados das eleições de 7 de novembro 2010

Vocês sabem que as listas do KKE em todas as regiões e municipalidades do país, preparadas em conjunto com outros militantes com os quais atuamos nas lutas, tiveram uma subida significativa a nível nacional. É correto o que dizem os analistas quando afirmam que o KKE é a única força política que teve um aumento significativo nas eleições nos âmbitos local e regional. Vocês sabem que desde o início demos ao nosso combate nas eleições locais um caráter político geral.

Apelamos ao povo para votar contra o Pasok (Movimento Socialista Pan-Helénico, partido social-democrata da Grécia) e a ND (Nova Democracia) por causa das suas façanhas ao longo dos últimos 20 anos e entre estas, sem dúvida, devemos incluir o "memorando", as medidas bárbaras que foram tomadas e aquelas que serão empreendidas a partir de agora. Apelamos ao povo para mobilizar-se, lutar, contra-atacar a fim de cuidar dos seus problemas urgentes e também para criar as pré-condições de uma viragem mais geral destas políticas – uma mudança radical no equilíbrio de forças a nível político. Escutamos o que o primeiro-ministro acabou de dizer e somos de opinião que ele era incapaz e recusava-se a entender o que quer que fosse quanto aos resultados eleitorais. Estes, na nossa opinião, exprimem claramente uma condenação das políticas do Pasok sem o fortalecimento da ND, a qual pode afirmar que a sua luta anti-memorando é genuína – mas para nós ela permanece como falsa e fraudulenta.

Agradecemos a todos aqueles homens e mulheres que pela primeira ou segunda vez votaram nas listas apoiadas pelo KKE. Somos da opinião de que contribuíram decisivamente para esta mensagem política positiva que brota desta batalha política. Sabemos muito bem que não é suficiente sentirmo-nos justificados e satisfeitos. Entendemos que devemos combater nossas próprias fraquezas a fim de fazer o que é mais importante: contribuir para a unidade popular, mobilizar o povo, organizar a luta do povo numa base diária de modo a que possamos evitar o pior e também que possamos criar as pré-condições para que esta eleição resulte em libertar o dinamismo do povo, a fim de que possamos ver melhores dias no nosso país. Dirigimo-nos àqueles que se abstiveram, com a intenção de condenar as políticas da ND e do PASOK, e os instamos a quem pensem outra vez. Eles têm a oportunidade daqui para a frente de enviar a mensagem de condenação de uma maneira ativa e positiva dentro do movimento e na urna eleitoral, quaisquer que sejam as eleições seguintes que se verifiquem, e podem mostrar isto no segundo turno.

Apelamos àqueles que votaram em outras listas, acreditando que dessa forma estavam protestando contra o governo, a que pensem arduamente. Acreditamos que ultrapassado o período a seguir terão a oportunidade de entender que deste voto não vem a solução. Podemos conversar hoje acerca das possibilidade e oportunidades para mobilizar e introduzir dinamismo dentro do povo e é isto que estará no centro da nossa atenção. Haverá um segundo round nas eleições locais e regionais. Em várias instâncias parece que temos a possibilidade de estar no segundo turno. Apelamos àqueles que se abstiveram ou votaram por outros partidos a que reforcem o dinamismo que foi criado a partir de agora.

Nas áreas onde as listas do "People's rally" não estiverem no segundo turno, apelamos ao povo para votar contra ambos os partidos. Não se envolvam com eles, não se importem sobre qual dos dois, Pasok ou ND, será o vencedor. Isto seria um verdadeiro passo à retaguarda. A solução é esta: nenhum envolvimento com os dois partidos, nenhum deles vai mudar. Em qualquer caso o primeiro-ministro demonstrou isto por si mesmo: nenhuma auto-crítica, indiferente aos resultados eleitorais. Acreditamos que o mesmo é verdadeiro para a ND.

O povo deve olhar para a frente; deixem os dois partidos destrinçarem o equilíbrio de forças entre eles próprios. A classe trabalhadora e os estratos populares devem mostrar que estão começando a libertar-se e a lutar para a derrubada deste equilíbrio de forças, sem o qual a estrada para a prosperidade social para o povo não pode ser aberta. Nós somos claros, fomos claros desde o princípio – deixamos isto claro em eleições anteriores – em que o povo não deveria mostrar preferência por qualquer dos dois no segundo turno. Isto não significa passividade ou neutralidade. Significa apontar o caminho real de saída, o que o nosso país precisa.

Evito mencionar percentagens porque estamos à espera do resultado final. Em qualquer caso a declaração final e oficial será feita pelo Comité Central. Mas tudo aponta para o fato de que o KKE poderia aproximar-se dos 12%. E sublinhamos isto: não entramos nas eleições dizendo que se deveria votar tendo como critério questões estreitas de governo local. Apelamos ao povo para que votasse com critério político e para abrir novas perspectivas. Isto leva-nos, como disse antes, a sentirmo-nos justificados e satisfeitos, e estamos conscientes da grande responsabilidade que estamos agora a assumir.

 

Fonte: Resistir. info