Seminário Desenvolvimento e Educação reuniu mais de mil pessoas

A importância da educação permanente para o processo de desenvolvimento do Brasil foi o eixo principal das discussões no segundo dia do seminário “Desenvolvimento e Educação: Qual Desenvolvimento e Educação para qual Sociedade”, no dia 19. O evento contou com aproximadamente mil pessoas, incluindo de outros estados brasileiros e estrangeiros, nos dois dias (18 e 19), na Uerj.

No dia 19, o seminário abriu com o tema “O projeto brasileiro de desenvolvimento e a sua relação internacional, especialmente em relação à América Latina”. A primeira exposição foi de Emir Sader. Para o expositor, o Brasil passa por um momento de avanços, mas a desigualdade social ainda é uma barreira para o desenvolvimento pleno do país. “Esse é um momento que as pessoas não querem deixar o Brasil, porque vivemos um momento de avanços. Leiam os jornais, vejam a pirâmide da desigualdade. Não dá para dizer que não mudou. E não é só pelo Programa Bolsa Família, mas pelo aumento do emprego formal nesses últimos oito anos. A educação sozinha não traz desenvolvimento. O melhor exemplo disso é Cuba. É preciso unir educação com reformas econômicas”, disse Sader.

Já o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Samuel Pinheiro Guimarães Neto, ressaltou a expansão econômica brasileira e a presença de empresas brasileiras cada vez mais fortes na América Latina. Esse, segundo ele, é um desafio para a política externa, trabalhar bem com essa administração, o que contribui com o desenvolvimento do Brasil.

“Desenvolvimento é uma questão de comparação. Ninguém é alto ou baixo sem mais alguém para servir de comparação. E quando comparamos um país ao outro, precisamos saber se essa comparação é feita corretamente”, observa o ministro. Samuel disse ainda que a educação atua em três planos na vida do indivíduo: profissional, como cidadão e espiritual. Para ele, é preciso refletir sobre quem faz a educação no Brasil e formular meios para acabar com a interrupção do processo de educação.

“Mas quem faz a educação no Brasil? Quem educa quando a família não faz?”, questiona Samuel, ao completar com a necessidade da sociedade incorporar o modelo da escola em tempo integral, como meio de afastar as crianças da violência.

Na segunda rodada de debates, a pauta foi a análise crítica dos indicadores econômico, sociais, educacionais e culturais que qualificam qual desenvolvimento e educação de a sociedade adotar um novo padrão de educação.

“Hoje a formação é calcada na especialidade. No mundo de hoje, o profissional ir só para a faculdade não é o suficiente. É preciso adotar a educação como necessária para a vida toda. Caso contrário, não é viável agregar o todo, acompanhar o mercado de trabalho, e, sobretudo, a vida”, avalia o presidente do Ipea, Márcio Pochmann.

A última mesa teve como mediador Luiz Edmundo Aguiar, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O evento foi promovido pela Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro), Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas e Formação Humana (PPFH) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e o Cebela (Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos).