Feministas promovem atividades pelo fim da violência sexista
Para marcar a passagem nesta quinta-feira (25) do Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres, o Fórum de Mulheres de Pernambuco promove nesta quinta-feira (25) um dia inteiro de atividades, no Recife.
Publicado 25/11/2010 09:26 | Editado 04/03/2020 16:57
Às 07h da manhã, no Morro da Conceição, em Casa Amarela, ato político aos pés da imagem da santa, onde as representantes de diversas entidades feministas de Pernambuco dialogarão com o povo sobre a questão da violência sexista. À tarde, grande vigília no Pátio do Carmo, centro do Recife, a partir das 17h.
Segundo Márcia Ramos, coordenadora da secção estadual da UBM – União das Mulheres do Brasil, uma das entidades participantes do evento, as mulheres de Pernambuco pouco tem a comemorar nessa data. “Apesar das iniciativas do governo do Estado para inibir a violência contra a mulher o quadro ainda é muito ruim. As estatísticas da Secretaria de Defesa Social e o noticiário dos jornais mostram a redução da violência urbana, mas, infelizmente, os crimes contra as mulheres não acompanha essa tendência”.
A feminista apontou ainda o que considera “debilidades” na aplicação das políticas públicas para as mulheres, especialmente no que diz respeito à redução da violência. “Um dos gargalos está na insuficiência do número e da qualidade de atendimento dos Centros de Referência do Recife e da Região Metropolitana, que tem problemas de infraestrutura e de falta de pessoal especializado”.
De acordo com Márcia Ramos, as insuficiências atingem também a estrutura policial e judiciária. “Faltam delegacias da mulher e ainda estamos aguardando a instalação dos oito juizados da mulher previstos na Lei Maria da Penha. Hoje apenas dois desses juizados funcionam no Estado, o que provocou um acúmulo de oito mil processos, levando os casos de crimes contra a mulher a serem encaminhados à Justiça comum”.
Ela destaca também outra agravante: a pouca divulgação do Ligue 180, serviço de denúncias criado pelo governo federal para receber queixas de violência doméstica contra a mulher. “Pernambuco é um dos Estado com menor número de queixas registradas do País e acredito que isso se deve a pouca divulgação do serviço”, afirmou.
Antecedendo o Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres, nesta quarta-feira (24), ocorrerá em Brasília (DF) a instalação da Frente Parlamentar de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, e a mobilização da CUT e das demais centrais e movimentos sociais pela ampliação das delegacias de atendimento às mulheres.
VIOLÊNCIA SEXISTA
A violência sexista é aquela que a mulher sofre por ser mulher, e geralmente é praticada por homens muito próximos dela, como maridos, namorados, pais, irmãos, ou ex-companheiros. A violência sexista existe porque ainda existe o machismo e a desigualdade. A luta das mulheres conquistou no Brasil uma importante vitória, com a criação da Lei Maria da Penha (Lei Nº11.340/2006). A partir dela, os agressores das mulheres passam a sofrer penalidades mais duras, além de se facilitar os caminhos para que as mulheres denunciem e possam sair da situação de violência.
HISTÓRICO
No dia 25 de novembro de 1960, as irmãs Mirabal (Patrícia, Minerva e Maria Teresa) foram brutalmente assassinadas pelo ditador Leônidas Trujillo, na época presidente da República Dominicana, porque se opunham ao seu governo ditatorial. Em 1981, em Bogotá, Colômbia, durante o 1° Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho, o 25 de novembro foi incorporado ao calendário de lutas das feministas do continente, como o dia Latino-Americano e Caribenho de luta contra a Violência contra a Mulher.
Fonte: Site de Luciano Siqueira