Feministas promovem atividades pelo fim da violência sexista

Para marcar a passagem nesta quinta-feira (25) do Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres, o Fórum de Mulheres de Pernambuco promove nesta quinta-feira (25) um dia inteiro de atividades, no Recife.

Às 07h da manhã, no Morro da Conceição, em Casa Amarela, ato político aos pés da imagem da santa, onde as representantes de diversas entidades feministas de Pernambuco dialogarão com o povo sobre a questão da violência sexista. À tarde, grande vigília no Pátio do Carmo, centro do Recife, a partir das 17h.

Segundo Márcia Ramos, coordenadora da secção estadual da UBM – União das Mulheres do Brasil, uma das entidades participantes do evento, as mulheres de Pernambuco pouco tem a comemorar nessa data. “Apesar das iniciativas do governo do Estado para inibir a violência contra a mulher o quadro ainda é muito ruim. As estatísticas da Secretaria de Defesa Social e o noticiário dos jornais mostram a redução da violência urbana, mas, infelizmente, os crimes contra as mulheres não acompanha essa tendência”.

A feminista apontou ainda o que considera “debilidades” na aplicação das políticas públicas para as mulheres, especialmente no que diz respeito à redução da violência. “Um dos gargalos está na insuficiência do número e da qualidade de atendimento dos Centros de Referência do Recife e da Região Metropolitana, que tem problemas de infraestrutura e de falta de pessoal especializado”.

De acordo com Márcia Ramos, as insuficiências atingem também a estrutura policial e judiciária. “Faltam delegacias da mulher e ainda estamos aguardando a instalação dos oito juizados da mulher previstos na Lei Maria da Penha. Hoje apenas dois desses juizados funcionam no Estado, o que provocou um acúmulo de oito mil processos, levando os casos de crimes contra a mulher a serem encaminhados à Justiça comum”.

Ela destaca também outra agravante: a pouca divulgação do Ligue 180, serviço de denúncias criado pelo governo federal para receber queixas de violência doméstica contra a mulher. “Pernambuco é um dos Estado com menor número de queixas registradas do País e acredito que isso se deve a pouca divulgação do serviço”, afirmou.

Antecedendo o Dia Internacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres, nesta quarta-feira (24), ocorrerá em Brasília (DF) a instalação da Frente Parlamentar de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, e a mobilização da CUT e das demais centrais e movimentos sociais pela ampliação das delegacias de atendimento às mulheres.

VIOLÊNCIA SEXISTA

A violência sexista é aquela que a mulher sofre por ser mulher, e geralmente é praticada por homens muito próximos dela, como maridos, namorados, pais, irmãos, ou ex-companheiros. A violência sexista existe porque ainda existe o machismo e a desigualdade. A luta das mulheres conquistou no Brasil uma importante vitória, com a criação da Lei Maria da Penha (Lei Nº11.340/2006). A partir dela, os agressores das mulheres passam a sofrer penalidades mais duras, além de se facilitar os caminhos para que as mulheres denunciem e possam sair da situação de violência.

HISTÓRICO

No dia 25 de novembro de 1960, as irmãs Mirabal (Patrícia, Minerva e Maria Teresa) foram brutalmente assassinadas pelo ditador Leônidas Trujillo, na época presidente da República Dominicana, porque se opunham ao seu governo ditatorial. Em 1981, em Bogotá, Colômbia, durante o 1° Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho, o 25 de novembro foi incorporado ao calendário de lutas das feministas do continente, como o dia Latino-Americano e Caribenho de luta contra a Violência contra a Mulher.

Fonte: Site de Luciano Siqueira