Justiça britânica investiga corrupção nos contratos do Metrô

Justiça britânica apura se Alstom pagou propina para garantir contratos públicos em SP.
Empresa é suspeita de pagar R$ 200 milhões para firmar acordos pelo mundo.

A Justiça britânica suspeita que dois funcionários da empresa francesa Alstom seriam responsáveis por organizar o pagamento de propinas para funcionários públicos no Brasil. Os funcionários da empresa, segundo os britânicos, teriam pago mais de R$ 200 milhões (US$ 120 milhões) em propinas para garantir contratos públicos em todo o mundo.

Parte teria vindo para o Brasil, num caso em que a Justiça suíça já informou ao MP (Ministério Público).

As suspeitas são de que a rota do pagamento de propinas passava por Paris, Londres e chegava a funcionários públicos brasileiros, entre outros.

Os envolvidos seriam Stephen Burgin, presidente da unidade inglesa da Alstom, e Robert Purcell, diretor financeiro. Ambos haviam sido detidos em 2010 para questionamento e a empresa optou por lançar um processo questionando a atitude dos britânicos. Agora, a documentação dos britânicos alega que eles fariam parte de uma célula que organizava o pagamento da propina. Eles teriam pago propinas a funcionários públicos estrangeiros como forma de garantir contratos públicos.

Em São Paulo, a suspeita está relacionada com os contratos do Metrô (Companhia do Metropolitano de São Paulo). Na França e na Suíça, a Alstom é suspeita de ter distribuído milhões de dólares entre 1995 e 2003 para garantir contratos no Brasil, Venezuela, Indonésia e outros mercados emergentes. No Reino Unido a suspeita é de que o pagamento de propinas continuou em todo o mundo após 2004 e mesmo até 2010.

Procurada pela reportagem nesta quarta-feira para comentar o caso, a Alstom ainda não se manifestou sobre as suspeitas. A administração do Metrô sempre negou acusações relacionadas aos contratos com a empresa.

Essa não será a primeira vez que surgem suspeitas de irregularidades envolvendo contratos do Metrô no estado. Em 2008, o Ministério Público paulista apontou irregularidades envolvendo o pagamento de propina em acordos feitos com a Alstom. O caso também foi investigado durante CPI no Legislativo de São Paulo, mas o relatório final foi aprovado sem pedidos de indiciamentos.

Com informações R7