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Festa para rainha do mar reflete sincretismo

Iemanjá para uns, Nossa Senhora dos Navegantes para outros. O nome não importa. A ideia é homenagear, em 2 de fevereiro, a rainha das águas, seja pela cultura afro ou pela religião católica. Milhares de pessoas são esperadas nesta quarta-feira para os festejosem homenagem a ela. As oferendas à rainha do mar, especialmente as flores, já começaram a ser entregues na terça, véspera das festa, que se reproduz em várias cidades do país.

Em Salvador, fiéis, admiradores e turistas lotam a orla do bairro do Rio vermelho com a intenção de homenagear Iemanjá e ofertar-lhe lembranças. Navegantes enfeitam seus barcos e vão para o mar no 2 de fevereiro pedir bênçãos para sempre voltarem à salvos para a terra firme.

Este ano, a campanha dos moradores da cidade é para que as pessoas não joguem no mar perfumes ou outros presentes que não sejam biodegradáveis, para evitar a poluição do oceano.

Pela tradição, que já dura 88 anos, a Colônia de Pescadores do Rio Vermelho prepara um presente especial para sua protetora. Este ano, a rainha receberá uma escultura, em formato de concha. O presente seria entregue a partir das 15h30, quando uma procissão iria para alto mar entregar as lembranças dos fiéis que formam uma longa fila desde cedo para depoistar sua oferendas nos balaios. No ano passado, cerca de 400 mil pessoas participaram da festa, segundo a Polícia Militar.

No Rio de Janeiro, o 2 de fevereiro será comemorado com um cortejo pelas ruas da cidade e um passeio pelas águas da Baía de Guanabara. Os devotos contarão com uma embarcação exclusiva disponibilizada pela Barcas SA, de onde jogarão suas oferendas à Rainha do Mar.

Já em Porto Alegre, centenas de milhares de devotos de Nossa Senhora dos Navegantes demonstraram nas ruas sua fé na padroeira da Capital gaúcha. De acordo com estimativa da Brigada Militar, cerca de 100 mil pessoas participariam da 136ª procissão em homenagem à santa.

A imagem de Nossa Senhora dos Navegantes saiu da igreja do Rosário, no Centro Histórico, por volta das 8h, após a realização de uma missa no local. O percurso, de cerca de seis quilômetros, foi percorrido pelos fieis em cerca de 2h30min. Muitos pagavam promessa, andando de pés descalços, sob forte calor. Ao longo do dia, o Santuário será sede diversos festejos e shows.

Sincretismo

Iemanjá (yemanjá), a Rainha do Mar, é exaltada por negros e brancos. Iemanjá, possui vários nomes: sereia do mar, princesa do mar, rainha do mar, Inaé, Mucunã, Dandalunda, Janaína, Marabô, Princesa de Aiocá, Sereia, Maria, Dona Iemanjá; dependendo de cada região, mas sua origem viria da África.

Mas a Iemanjá brasileira é resultado da miscigenação de elementos europeus, ameríndios e africanos, dizem estudiosos. a denominação Janaína, por exemplo, criada durante a escravidão, foi a maneira mais branda de “sincretismo” encontrada pelos negros para a perpetuação de seus cultos tradicionais sem a intervenção de seus senhores, que consideravam inadimissíveis tais “manifestações pagãs” em suas propriedades.

No Paralelismo com a igreja católica, Iemanjá é Nossa Senhora de Candeias, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade.

Com agências