Sem categoria

Movimentos lançam manifesto em apoio à revolução bolivariana

Os movimentos sociais que apoiam o processo da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) estão se articulando para combater os constantes ataques midiáticos empreendidos contra o processo bolivariano na Venezuela. Para isso, as organizações estão divulgando um manifesto que descreve brevemente a história de mudanças no país e pede o apoio popular para combater as tentativas de manchar as transformações promovidas durante o governo de Hugo Chávez.

O manifesto continental, assinado pela Secretaria operativa dos movimentos sociais que apoiam o processo da Alba, e destinado ao povo da Venezuela, ao presidente Hugo Chávez e aos movimentos sociais do país, será levado a todos os consulados e embaixadas da Venezuela.

"O manifesto está dentro de um contexto de um processo de luta e de solidariedade entre os povos da América Latina. Queremos mostrar que a Venezuela é um alvo constante de ataques que partem da mídia burguesa venezuelana, que tenta inviabilizar as mudanças no país”, esclareceu Rosilene Wansetto, da secretaria do Jubileu Sul Brasil.

Wansetto acrescentou ainda que não apenas a Venezuela é alvo de ataques. "Também acompanhamos a invasão das tropas militares no Haiti, o golpe de Estado em Honduras, os problemas ocorridos no ano passado no Equador e não podemos esquecer a luta constante de Cuba. Países e governos que visam atender o povo sofrem invasão para serem enfraquecidos e pressão de países como os Estados Unidos e de grandes empresas para mudarem sua política”.

Uma prova de que o processo bolivariano na Venezuela sofre constantes ataques ordenados pela oligarquia e cumpridos dentro e fora do país é o documentário "Os Guardiões de Chávez”, lançado pela transnacional de comunicação CNN, em agosto do ano passado. Mostrando apenas os problemas comuns a toda nação e deixando de lado os avanços políticos, econômicos e sociais, o vídeo busca mostrar que a Venezuela está tomada pela violência e que a raiz desse mal vem do próprio governo de Hugo Chávez.

"As mudanças que Hugo Chávez vem fazendo no país para beneficiar a população não são transmitidas pelas emissoras locais. O presidente é colocado como um ditador, que não quer abandonar o poder e quando acontecem situações como a não renovação de concessões de rádio e TV a ofensiva é ainda mais forte. Esta mídia burguesa venezuelana que tenta desmoralizar o governo é manipulada pelos Estados Unidos”, manifesta Wansetto.

Para repudiar essa tentativa de manipulação dos governos populares, além da entrega do manifesto continental, em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília haverá manifestação nas representações diplomáticas. Salvador (BA) e Aracaju (SE) também planejam atos em solidariedade à Venezuela.

"Os povos da America Latina precisam caminhar com suas próprias pernas, trilhando um mesmo caminho, de soberania política, econômica, de controle de seus recursos naturais, para construir sociedades justas, democráticas e igualitárias”, manifesta o documento continental.

Leia abaixo o documento:

Manifesto de Apoio ao Processo Bolivariano na Venezuela

2 de fevereiro de 2011.

Ao povo da Venezuela
Ao Governo do Presidente Hugo Chávez
Aos movimentos sociais da Venezuela

Estimados companheiros e companheiras,

Há doze anos, o povo da Venezuela decidiu mudar o rumo da história de seu país e romper com a longa noite neoliberal e décadas de manipulação de uma oligarquia que se saciava com os recursos do petróleo, sem beneficiar o povo em nada.

O povo venezuelano pagou o preço da pobreza e das desigualdades sociais.

No dia 2 de fevereiro de 1999, resultado de muitas mobilizações populares e de um massacre em Caracas, que custou a vida de milhares de cidadãos, finalmente, tivemos uma eleição democrática e o presidente venezuelano Hugo Chávez assumiu a Presidência da Venezuela, com o compromisso popular de refundar o país por meio de um processo de transformação sociais, baseado na participação popular e no resgate do papel do Estado como gestor de políticas públicas em prol da maioria da população.

A partir de então, iniciou-se um programa de erradicação do analfabetismo, de universalização do sistema primário de saúde, de abertura de novas universidades, democratização da propriedade da terra no campo e na cidade e a construção de um projeto econômico que use os recursos do petróleo para resolver os problemas do povo no que refere à habitação, educação, saúde e acesso à energia. E assumiu uma vocação internacionalista de ajuda a outros povos, através do projeto Alba, seguindo o exemplo de Simón Bolívar.

Não basta que sob o olhar e as regras da democracia representativa, Chávez, e seu projeto de governo, tenha sido vitorioso em 14 processos eleitorais realizados desde esse período. Não basta que esse governo tenha admitido derrotas eleitorais, como em 2008, quando o projeto de reforma constitucional proposto pelo governo foi rechaçado nas urnas. As empresas transnacionais, as classes dominantes locais e os interesses do império dos Estados Unidos não se conformam com a perda do controle do petróleo venezuelano e com a perda do poder político. Por isso, durante todos esses anos, organizaram uma campanha permanente, sistemática para desqualificar o processo, agredindo ao povo venezuelano e ao seu presidente, como nunca antes havia acontecido na história do país.

Porém, reclamam que falta direito à opinião e à liberdade de expressão. Essas forças direitistas, que mantiveram o continente latinoamericano precisamente ao serviço dos interesses do capital dos Estados unidos, como agora, perderam o poder político na maioria dos países, e se articulam através do controle que têm sobre os meios de comunicação. Usam os meios de comunicação de massas como sua arma permanente para mentir, manipular e atacar.

Isso vem acontecendo não somente na Venezuela, mas também no Brasil, na Argentina e em todos os países da América Latina.

Por confiar no caráter popular e democrático da revolução bolivariana, por defender o direito soberano do povo venezuelano e de todos os povos do mundo a decidir seu destino, sem ingerência do capital e das forças do império, por considerar de fundamental importância o processo de integração regional que vem sendo impulsionado na América latina nos últimos dez anos e que se concretiza através da Unasul, do CELAEC e do projeto de integração popular da Alba, saímos publicamente a manifestar nossa solidariedade com o povo irmão venezuelano, com seu governo e com o projeto de mudanças sociais em curso nesse país.

No ano do Bicentenário de Independência Política de vários países da América Latina, apesar da campanha de ódio orquestrada a partir dos meios massivos de comunicação contra a Venezuela, reiteramos nosso compromisso de realizar todos os esforços para construir a verdadeira integração de nossos povos e apoiar o exemplo do povo venezuelano que, inspirado em Simón Bolívar e em Che Guevara, em José Martí e tantos outros, nos impulsionam na necessidade de unir-nos na América Latina, para ajudar-nos a resolver juntos os problemas fundamentais de nossos povos.

Defendemos que haja um processo de democratização de todos os meios de comunicação de massas em nossos países, para libertar nossos povos da manipulação e de seu uso pelos interesses da burguesia e das empresas que querem retomar o controle de nossos recursos econômicos;

Os povos da América Latina precisam caminhar com seus próprios pés, abrindo um mesmo caminho de soberania política, econômica, de controle de seus recursos naturais, para construir sociedades mais justas, democráticas e igualitárias.

Defender o povo venezuelano das agressões que sofre é defender aos povos de todo o continente.

Atenciosamente,

Para adesões, dirigir-se a: [email protected]

Secretaria Operativa dos Movimentos Sociais rumo a Alba.

 

Fonte: Adital