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Fraternidade Muçulmana negocia com governo egípcio

Um dos maiores grupos oposicionistas do Egito, a Fraternidade Muçulmana, participa de negociações com representantes do governo neste domingo (6), após 13 dias de protestos pedindo a renúncia do presidente Hosni Mubarak.

O grupo disse que as conversas servirão para avaliar se o governo está preparado para a implementação de reformas políticas imediatas. A Fraternidade também pede que seja formado um governo de coalizão transitório e que as leis de emergência (que dão ao Estado amplos poderes repressivos) sejam suspensas no país.

Esta é a primeira vez que representantes do governo e da Fraternidade, uma organização oficialmente declarada ilegal, sentam-se à mesa de negociações.

Anteriormente, o grupo havia exigido que Mubarak deixasse o poder antes de qualquer conversa com o governo.

O recém-nomeado vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, convidou grupos de oposição, incluindo a Fraternidade Muçulmana, para discutir reformas políticas antes das eleições em setembro. Encontros com pequenos partidos foram realizados no sábado (5).

Apesar das quase duas semanas de protestos nas ruas do Cairo e de outras grandes cidades do país, o presidente Hosni Mubarak – no poder desde 1981 – afirmou que não renunciará, mas prometeu não concorrer à reeleição.

Mubarak já responsabilizou a Fraternidade Muçulmana pela organização das manifestações e afirma que se ele deixar o cargo, o grupo vai se aproveitar do caos político que se instalará.

Neste domingo, bancos e lojas estão reabrindo após uma semana fechados, em meio a temores de que a população tente sacar o dinheiro depositado em contas.

O Banco Central daquele país está liberando parte de suas reservas de US$ 36 bilhões para cobrir as possíveis retiradas, mas o presidente da instituição diz acreditar que todas as transações "serão honradas".

O governo tenta reanimar a economia do país, que estaria perdendo pelo menos US$ 310 milhões por dia devido à crise no país.

Os turistas sumiram do Egito e muitas lojas, fábricas e até a bolsa de valores estão fechadas há dias. Muitos produtos básicos estão em falta.

Com agências