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Correa denuncia conspiração para boicotar consulta popular

O presidente equatoriano, Rafael Correa, denunciou a existência de uma conspiração de vários setores para boicotar a consulta popular e o referendo solicitado pelo Executivo. "Eu lhes digo o pior está para vir. Há uma conspiração de certos meios, corruptos que abusam do poder, vão tentar fazer as pessoas acreditarem que o governo é corrupto e tentar desorientá-las para que ganhem a consulta com o "Não". Já começaram", disse Correa.

"O povo deve ter claro que, nesta conjuntura como em outras, o país não conta com oposição democrática, mas com uma ala que procura caluniar, boicotar e pescar em águas turvas", disse ele a jornalistas. "Esta oposição é ruim para a democracia", manifetsou, depois de destacar a necessidade de uma classe política com educação, cultura e espírito democrático.

Segundo o governo, a consulta popular visa a aprofundar as reformas para renovar e democratizar o Estado, além de assegurar direitos ao povo. Dez questões serão submetidas ao povo. Entre elas, as mais importantes são a ampla reforma do obsoleto Poder Judiciário; a proibição de que banqueiros sejam proprietários de meios de comunicação, a criação de um Conselho de regulação da Comunicação; a proibição e punição para o enriquecimento ilícito; a punição para empresa ou patrão que não registrar seus empregados no Sistema de Previdência; além de questões relativas à segurança, combate ao tráfico e à delinquência.

O presidente também negou taxativamente que os indígenas shuar, detidos após a morte do professor bilíngue Bosco Wisuma, tenham sido presos por serem índios, mas, sim, por terem incitado a violência em um protesto em 30 de setembro de 2009. Para o governo, há uma manipulação do caso.

Os líderes shuar José (Pepe) Acacho, Pedro Mashiant e Fidel Kaniras foram detidos na passada semana, acusados de sabotagem e de promover a violência durante os atos do 30 de setembro de 2009, contra a Lei de Águas. Os distúrbio daquele período deixaram policiais feridos e terminaram com a morte de Wisuma.

Correa criticou aqueles que classificou como "pseudo intelectuais de esquerda", que interpretaram todo esse processo, em que houve um assassito, simplesmente como perseguição política.

Segundo ele, os índios foram presos por estarem envolvidos em um assassinato e por que, ao incitarem a violência, 40 policiais foram feridos e, de acordo com Correa, se não estivessem de coletes à prova de bala, muitos deles teriam morrido.

O presidente explicou que, antes da prisão, o caso foi investigado durante mais de um ano, provas que sustentam o pedido foram recolhidas, assim como depoimentos da família de Wisuma. Na terça-feira, a juiza da Segunda Divisão do Trabalho, da Crianças e Adolescência da Corte de Justiça de Pichincha concedeu habeas corpus para os três líderes presos, que obtiveram a liberdade.

Com Prensa Latina