Áreas de risco serão erradicadas em seis anos, afirma Kassab

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), disse ontem (21) que, mantida a atual política da prefeitura, em seis anos não haverá mais áreas de risco na cidade. Ele também prometeu que, em quatro meses, vai retirar todas as famílias dos locais mais ameaçados.

A previsão e a promessa foram feitas durante a divulgação do mapeamento de áreas de risco realizado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), que apontou 115 mil pessoas vivendo em locais classificados como de risco "alto" ou "muito alto" na cidade de São Paulo.

No total, considerando todos os graus de ameaça, mais de 500 mil pessoas estão em locais considerados críticos.

De acordo com Kassab, a atual gestão investe, em média, R$ 1 bilhão por ano para tentar resolver o problema. "Todas as intervenções necessárias serão feitas", afirmou o prefeito.

Como sua meta vai além do seu mandato –que termina em 2012–, Kassab diz que o seu sucessor terá de manter o ritmo das intervenções. "Isso terá que ser cobrado pela opinião pública na eleição", disse.

O estudo atesta que 1.132 imóveis devem ser desocupados imediatamente. Desse total, segundo a prefeitura, 407 famílias já foram retiradas.

"Em três ou quatro meses, vamos resolver o problema das [725] famílias que estão em pior situação", afirmou.

As análises do IPT identificam apenas áreas de risco geológico –ou seja, passíveis de desmoronamento, tanto em locais íngremes quanto à beira de córregos. Áreas que estão sujeitas somente a inundações –onde não há risco de solapamento da margem do rio– estão fora.

Tarde caótica

Ontem, a chuva que atingiu São Paulo provocou transbordamento de córregos, o fechamento do aeroporto de Congonhas (zona sul) e o alagamento de uma estação do metrô e de linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

O aeroporto de Congonhas fechou às 14h19 para pousos e decolagens e reabriu às 15h, operando por instrumentos. Às 14h25, a aeroporto registrou, segundo o CGE, rajadas de vento de até 54 km/h. No Campo de Marte, os ventos chegaram a 45 km/h às 16h00. Em Guarulhos, as rajadas foram de 31 km/h às 14h50.

Segundo informações passadas por moradores ao órgão, houve granizo na região de Santana (zona norte), próximo à estação de metrô Carandiru, e na zona sul.

O Corpo de Bombeiros registrou 95 ocorrências na Mooca e na Vila Prudente (zona leste), além da Saúde e Ipiranga (zona sul), causadas pela forte chuva. A corporação ainda não tem detalhes sobre as ocorrências.

Na rua Santa Cruz do Rio Pardo, em Americanópolis (zona sul), uma casa desabou e deixou mãe e filha feridas. Sete veículos do Corpo dos Bombeiros estão no local para avaliar a situação.

Da redação, com informações Folha de S.Paulo