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China diz que ideia de "Revolução do Jasmim" é ridícula

A ideia de uma "Revolução do Jasmim" acontecer na China, alimentada pelas recentes convocações de protestos em cidades do país asiático, é "ridícula e nada realista", destacou um porta-voz do governo chinês citado nesta quinta-feira pela agência Xinhua.

De acordo com Zhao Qizheng, porta-voz da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, órgão de frente única política e social, os problemas denunciados pelos manifestantes, como corrupção e desigualdade, "são assuntos aos quais o governo não está alheio". "Muitos desses problemas estão sendo solucionados", ressaltou Zhao aos jornalistas.

Em 20 de fevereiro, cerca de 100 pessoas se manifestaram em Pequim, Xangai, Cantão e Hong Kong, respondendo a uma convocação de protestos em 13 cidades chinesas pela internet para exigir mais postos de trabalho, moradia e justiça. O movimento foi denominando "Revolução do Jasmim", num arremedo dos protestos ocorridos na Tunísia.

As manifestações fracassaram, mas apareceram novas convocações na internet para os próximos domingos nos mesmos lugares do dia 20. O objetivo é reivindicar o fim da corrupção, a adoção de mecanismos de supervisão por parte do povo, mais liberdade de imprensa e garantia da independência da Justiça.

Causou polêmica o fato de o embaixador americano na China, Jon Huntsman, ter sido visto nos protestos do último domingo, em imagens divulgadas através de um vídeo postado na internet na terça-feira.

A embaixada americana em Pequim assinalou nesta quinta-feira que Huntsman e sua família se encontravam no local, por coincidência, após uma visita turística à Praça da Paz Celestial.

Na terça-feira (22), um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu, afirmou em coletiva de imprensa a propósito desses protestos: "Ninguém e nenhuma força poderão abalar a aspiração comum do povo chinês de salvaguardar a estabilidade e manter a harmonia".

O porta-voz considera que a China alcançou um importante desenvolvimento e "fez notável progresso desde a entrada em vigor da política de reforma e abertura", sublinhou. Por isso, acrescentou, “estamos convencidos de que a vontade do povo chinês é consagrar toda a sua atenção ao desenvolvimento do país e aderir indefectivelmente ao caminho do socialismo com características chinesas”.

Fonte: Xinhua e China Daily