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Wisconsin aprova projeto que proíbe negociações trabalhistas

Aos gritos de "vergonha" dos democratas, os deputados do Estado americano de Wisconsin aprovaram nesta sexta-feira o projeto de lei que proíbe os sindicatos de participar de negociações por direitos trabalhistas de funcionários públicos –uma medida polêmica que tem causado protestos ao redor do país.

O voto encerrou três dias seguidos de debates, mas não parece ter acalmado as divergências entre democratas e republicanos sobre o tema. Os republicanos querem aprovar a medida em busca de redução do deficit orçamentário, já os democratas temem que a medida prejudique sua base eleitoral com os sindicalistas há pouco mais de um ano da eleição presidencial.

Com a aprovação da Câmara dos Deputados, o projeto de lei segue agora ao Senado –onde os democratas estão literalmente fugindo para evitar o voto, já que os republicanos precisam de ao menos um dos 14 democratas presentes para realizar o voto.

O governador Scott Walker, um republicano, emitiu um comunicado nesta sexta-feira elogiando a Câmara pela aprovação da lei e renovando o pedido para que os senadores democratas retornem.

"Os 14 senadores democratas precisam vir para casa e fazer seu trabalho, assim como os deputados democratas fizeram", disse Walker.

O projeto de lei patrocinado por Walker inclui diversas medidas para tentar reduzir o deficit de US$ 137 milhões no Estado e criar a base para evitar a projeção de US$ 3,6 bilhões nos próximos orçamentos. Os republicanos insistem que não há escolha a não ser limitar o poder de negociação dos sindicatos para enfrentar a atual crise econômica.

Os líderes sindicalistas consideram o projeto de lei um ataque aos direitos trabalhistas e chegaram a oferecer concessões em pensão e plano de saúde, mas Walker se recusou a mudar o projeto.

Dezenas de milhares de pessoas foram ao Capitólio na última semana protestar, batendo em tambores e falando tão alto que a polícia teve que usar protetores auriculares. Centenas dormiram no prédio, em colchões de ar e sacos de dormir.

O debate durou 60 horas e 15 democratas ainda esperavam para falar quando o voto começou, aproximadamente à 1h desta sexta-feira. O presidente da Casa, Bill Kramer, abriu e encerrou a votação muito rapidamente. Os democratas ficaram chocados e apenas 13 dos 38 democratas conseguiram votar no painel a tempo.

Os republicanos deixaram a Câmara imediatamente em fila indiana. Os democratas correram na direção deles, gritando "vergonha" e "covardes". "Que dia horrível, horrível para Wisconsin", disse o deputado Jon Richards. "Eu estou chocado".

Fonte: AP