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Paul Krugman: a taxa de juros e a loucura

O BCE – Banco Central Europeu está dando a entender, com certa insistência, que vai elevar as taxas de juros na sua próxima reunião, em resposta à inflação básica crescente – apesar de este aumento ser consequência dos preços mais altos do petróleo e dos alimentos, e não da política adotada pelo banco.

Por Paul Krugman, em seu blog

Permita-me uma interpretação diferente sobre porque está não é uma boa ideia. Suponha que nos concentramos nos índices salariais, que com frequência são vistos como os que mais resistem a mudanças e os mais inertes. Na zona do euro, como nos Estados Unidos, o que observamos é uma queda acentuada no crescimento dos salários em face do alto nível de desemprego:

Assim, na verdade o que o BCE está dizendo é que a Europa deve reduzir os salários nominais – o que só pode ser feito aumentando a taxa de desemprego – de modo a contrabalançar os efeitos dos preços do petróleo e dos alimentos sobre a inflação. (Os salários reais deverão cair de qualquer maneira).

É esta a política que o BCE estaria defendendo com tantas palavras? Duvido. Mas por mais sóbria e digna que essa conversa de estabilidade de preços possa soar, a política proposta equivale a isso.